domingo, 26 de agosto de 2018

MEU corpo

É assim que a ele me refiro: “meu”. Ele pertence à “minha” pessoa. Sou seu dono e respondo pelas ações que o mesmo realiza ou deixa de realizar. Se minha consciência, a partir da massa corporal encefálica em que se constitui meu cérebro, constrói pensamentos e juízos bem como processa sutis percepções sensoriais e emocionais, não consigo deixar de entender-me como um ser que transcende minha condição apenas corporal: identifico-me também como um ser animado, isto é, dotado de vida consciente. Vejo-me refletido no espelho de minha própria consciência: existo e sou consciente de que existo da forma como me percebo existindo.

Não há nada mais próximo de mim mesmo do que meu corpo. Com ele convivo ininterruptamente: todos os dias, todas as horas, minutos e segundos.   Dialogo com meu corpo e ele dialoga comigo. Ele fala e minha consciência responde às suas mensagens. Os códigos que utiliza são muitos: percepções tácteis; audíveis; visuais; odoríficas; gustativas. É papel de minha mente decodificar todos esses códigos atribuindo-lhes sentidos específicos.  

Diferentemente dos computadores modernos, da união entre meu corpo e minha consciência, meu ser inteiro é dotado da capacidade de atualizar mudanças estruturais de novos e novos funcionamentos, tanto no corpo como na mente com poderes inclusive regenerativos e de redirecionamentos. Sensações corporais de confortos e de desconfortos (de prazeres e de desprazeres) podem despertar a atenção de minha consciência. Convidam-me ao diálogo e à interação mediante ações motoras e comandos de atitudes efetivas e afetivas.

Compartilhamos nossa identidade com a identidade de todos os que nos cercam e das coisas que existem e giram à nossa volta. Estimulações é que não nos faltam nessa dialética toda. A riqueza da vida é tamanha que é impossível dimensiona-la. Daí a capacidade infinita de caminhos a serem escolhidos por cada um de nós em nossa individualidade e na coletividade da qual fazemos parte. Importante mesmo é não perdermos a confiança e a esperança em nossas capacidades regenerativas e de escolhas de melhores caminhos, que atendam não só às nossas demandas pessoais como as que nos advêm do meio social do qual compartilhamos nossa conterraneidade e nossa contemporaneidade.

Postado por José Morelli

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