É assim que a ele me refiro: “meu”.
Ele pertence à “minha” pessoa. Sou seu dono e respondo pelas ações que o
mesmo realiza ou deixa de realizar. Se minha consciência, a partir da massa corporal
encefálica em que se constitui meu cérebro, constrói pensamentos e juízos bem
como processa sutis percepções sensoriais e emocionais, não consigo deixar de
entender-me como um ser que transcende minha condição apenas corporal:
identifico-me também como um ser animado, isto é, dotado de vida consciente. Vejo-me
refletido no espelho de minha própria consciência: existo e sou consciente de
que existo da forma como me percebo existindo.
Não há nada mais próximo de mim mesmo
do que meu corpo. Com ele convivo ininterruptamente: todos os dias, todas as
horas, minutos e segundos. Dialogo com meu corpo e ele dialoga comigo.
Ele fala e minha consciência responde às suas mensagens. Os códigos que utiliza
são muitos: percepções tácteis; audíveis; visuais; odoríficas; gustativas. É
papel de minha mente decodificar todos esses códigos atribuindo-lhes sentidos
específicos.
Diferentemente dos computadores
modernos, da união entre meu corpo e minha consciência, meu ser inteiro é
dotado da capacidade de atualizar mudanças estruturais de novos e novos funcionamentos,
tanto no corpo como na mente com poderes inclusive regenerativos e de
redirecionamentos. Sensações corporais de confortos e de desconfortos (de
prazeres e de desprazeres) podem despertar a atenção de minha consciência. Convidam-me
ao diálogo e à interação mediante ações motoras e comandos de atitudes efetivas
e afetivas.
Compartilhamos nossa identidade com a identidade de todos os que nos cercam e das coisas que existem e giram à nossa volta. Estimulações é que não nos faltam nessa dialética toda. A riqueza da vida é tamanha que é impossível dimensiona-la. Daí a capacidade infinita de caminhos a serem escolhidos por cada um de nós em nossa individualidade e na coletividade da qual fazemos parte. Importante mesmo é não perdermos a confiança e a esperança em nossas capacidades regenerativas e de escolhas de melhores caminhos, que atendam não só às nossas demandas pessoais como as que nos advêm do meio social do qual compartilhamos nossa conterraneidade e nossa contemporaneidade.
Postado por José Morelli
Muito profundo, intimo...ficou bem claro amigo, Deus te abençoe
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