domingo, 19 de agosto de 2018

Dicotomia

Dicotomia é a separação, em duas partes e por vezes indevida, de algo que, na verdade, se constitui como um todo completo e indivisível. Um bom exemplo de dicotomia é o que é atribuído à lua em algumas de suas fases. Quando ela não se encontra em suas formas de nova ou de cheia, mas é vista como crescente ou minguante, a impressão é de que esta se encontra dividida. A parte, não recoberta com a sombra da Terra, recebe a luz solar e, por isso, se torna luzente (irradiando luz). Essa partição da lua, dividindo-a em seu todo, é chamada de dicotomia. O dia completo compreende vinte e quatro horas. Ele também sofre uma dicotomia, partindo-se como dia e como noite: claro e escuro respectivamente. O bem e o mal também são partes de um todo. Complementam-se como as duas faces de uma mesma moeda: cara e coroa.

Nossa condição humana se dá nesse contexto de dicotomias. Constituímo-nos como corpo e mente (pensamento/consciência). A tradição religiosa entende o homem como um ser dotado de corpo e alma (espírito). Nossa vida física se dá no tempo e no espaço. O momento presente, em que acontecemos no aqui/agora, mantém laços de complementariedade com o passado e com o futuro.

Todas as manhãs, a escuridão da noite vai, gradativamente, sendo substituída pela claridade do dia, na chamada aurora matinal. De forma semelhante, nos fins de tarde, a claridade do dia vai, gradativamente sendo substituída pela escuridão da noite, no chamado crepúsculo vespertino ou anoitecer.  O momento exato de quando termina o dia e se inicia a noite não pode ser definido com precisão.

Convivemos, em nosso cotidiano, com indefinições e incertezas. Essas indefinições e incertezas são um grande desafio para nossa inteligência e para nossa vontade humana, um teste que exige esforço constante de discernimento em cada nova situação. A vida não sobrevive sem criatividade nas respostas às demandas emergentes. Individual e coletivamente somos todos desafiados a posicionar-nos frente a questões importantes.

Tudo possui uma razão de bem e uma razão de mal. Dependendo da forma como é vista e entendida, uma mesma coisa pode ser construtiva ou destrutiva. Moral e ética se complementam para nos ajudar no discernimento do que nos é bom ou mal (pessoal ou socialmente), do que devemos escolher fazer ou deixar à margem de nosso caminho.

Postado por José Morelli

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