sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Contra fatos não há argumentos

Desde que um fato qualquer se concretize, tornando-se tangível às mãos e perceptível aos olhos humanos, fica difícil negá-lo de que tenha ocorrido e passado a fazer parte da história maior de uma coletividade.  O que resta possível é de que, por força da prerrogativa do livre arbítrio de que todos foram dotados pelo Criador, tal fato possa merecer uns cem números de interpretações, de acordo com os referenciais, contidos nos pensamentos e na consciência de cada cidadão ou cidadã em sua individualidade e pessoalidade.   

Uma sequência de acontecimentos se deram nestes últimos 300 anos: desde o dia 12 de outubro do ano de 1717 até os dias de hoje. Todos eles ocorridos numa mesma localidade pertencente à Vila de Guaratinguetá, na região do Vale do Rio Paraíba do Sul. O porto próximo em que os três pescadores se encontravam era chamado pelo nome de Itaguaçu, palavra indígena que significa Pedra Grande.

No caso do encontro da imagem de Aparecida, representativa de Maria, Mãe de Jesus dos Evangelhos, os pescadores que protagonizaram o acontecido chamavam-se: Domingos Garcia; Felipe Pedroso e João Alves. Deles foi o testemunho de que, depois de terem tentado pescar durante toda a noite, aconteceu-lhes algo inesperado: ao recolherem a rede encontraram o corpo de uma imagem, sem a cabeça.  Ao lançarem-na mais uma vez, veio a cabeça que faltava. A pesca que se seguiu a esse fato foi surpreendentemente abundante.

Num tempo em que as notícias só chegavam através do boca à boca, ainda assim elas não demoraram tanto para se espalharem até os mais recônditos lugares. Relatos de acontecimentos significativos serviram de alento ao povo simples e carente de ajuda. Muitos, ao ouvirem tais relatos, passaram a considera-los expressão de um cuidado especial de Deus junto aos mais desprotegidos da sociedade.

Em 16 de maio de 1978 essa mesma imagem sofreu um atentado, ficando despedaçada em 165 pedaços sendo que a cabeça foi reduzida a fragmentos milimétricos. Os fragmentos quase em pó foram juntados com uma cola, à base de epóxi. A imagem resultante desse restauro já não é exatamente a mesma de quando foi trazida na rede pelos pescadores. Ela agregou mais um dado histórico, susceptível de novos entendimentos sobre seus possíveis e impossíveis significados. 

Postado por José Morell

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