sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Administrar conflitos

Tendo em vista a mania que temos de estabelecer competências, atribuindo-as a alguns “privilegiados da sorte”, acabamos por estabelecer incompetências para outros “não privilegiados dessa mesma sorte”. A necessidade de, pessoalmente, administrarmos conflitos se inicia antes de nascermos. Todo processo de desenvolvimento de nosso ser não deixa de obedecer à lei dos confrontos entre opostos. Somos reféns e consequência dessa contingência e nossa mente e coração (emoção) funcionam a partir desse condicionamento.

Kurt Lewin define conflito no indivíduo como “a convergência de forças de sentidos opostos e igual intensidade, que surge quando existe atração por duas valências positivas, mas opostas (desejo de assistir a uma peça de teatro e a um filme exibidos no mesmo horário e em locais diferentes); ou duas valências desagradáveis (enfrentar uma operação ou ter o estado de saúde agravado); ou uma a favor e outra contra o próprio interesse, ambas na mesma direção (desejo de pedir aumento salarial e medo de ser demitido por isso)”.

Alguns filmes tratam deste nosso tema, abordando-os de formas bastante originais e sugestivas. Um deles é “Fúria de Titãs”. Desenhos animados, destinados principalmente ao público infantil e adolescente masculino, abordam conflitos entre forças do bem e forças do mal, personificas das mais variadas formas.

De acordo com os ensinamentos de Salvatore Maddi, as forças antagônicas, com as quais todos permanentemente temos que nos envolver, podem ser exteriores a nós mesmos (conflito entre indivíduo e sociedade) ou internas a nós mesmos (forças conflitantes do interior do indivíduo que se dão, por exemplo, entre os impulsos de separação, individuação e autonomia os impulsos de integração, comunhão  e submissão)”.   

Os filmes acima citados não deixam de obedecer a uma didática. Eles não fogem do problema. Pelo contrário, colocam lente de aumento sobre eles. No entanto, sem dramatizarmos a questão, é importante que consideremos a administração de conflitos a partir do pressuposto do respeito e da consideração dos porquês: das causas que os engendram. Os conflitos fazem parte de nossa existência no mundo. Razões de um lado e de outro sempre existem e merecem ser devidamente consideradas e valorizadas.

Postado por José Morelli


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