Sempre que fazemos uso de uma palavra ou frase, que
expresse o que intencionamos e seja mais capaz do que outra de suavizar o
sentido do que dizemos, não ferindo os ouvidos de quem ouve, estamos nos
utilizando de um eufemismo.
É comum as crianças pequenas usarem as palavras sem se
preocuparem se estão ou não diante de alguma visita menos íntima. Nessas horas,
pais e mães se enrubescem de vergonha e procuram um jeito de corrigi-las
ensinando-lhes outras palavras mais aceitas socialmente e que significam a
mesma coisa, assim como: “pum”, “pipi”, “bumbum”, “xoxota”, etc. Essas palavras
são eufemismos muito utilizados junto às crianças e que se adequam a uma
linguagem infantil, menos agressiva, mais educada e aceita por todos.
Por outro lado, nos momentos em que queremos extravasar
nossa indignação e raiva, fazemos questão de dispensar os eufemismos. Eles não
são nada adequados nesses momentos. Os palavrões precisam de expressões e
frases de sentidos fortes, que choquem os ouvidos e o espírito de quem os
escuta, que agridam as pessoas a quem queremos ofender, bem como àqueles que
fazem parte de suas gerações passadas: pai, mãe, avô, avó,...
Os meninos, na medida em que crescem, vão sendo
iniciados no uso de palavrões. As torcidas de futebol acham bonito tratar os
adversários com desprezo e agressividade. O espírito competitivo leva a
buscarem auto afirmação, utilizando-se de uma infinidade de modos ofensivos de
agredirem, principalmente, juízes, time e torcedores adversários. Com isso, os
meninos experimentam a sensação de botarem para fora seus instintos agressivos,
de forma catártica, sem se sentirem culpados.
O eufemismo é como uma embalagem mais bonita e
aceitável, do que dizemos ou escrevemos. Uma roupagem que permite a entrada de
certos conceitos em ambientes mais sensíveis ou exigentes. No cinema, imagens
são utilizadas como eufemismos: a morte é representada por um vento que faz
esvoaçar as cortinas da janela, um pássaro voando ou um balão de gás que se
desprende e sobe para o céu; a paixão ou o envolvimento sexual costumam ser
representados pela chama de uma vela acesa ou pelo fogo crepitante de uma
lareira.
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