sexta-feira, 2 de maio de 2014

Eufemismo

Sempre que fazemos uso de uma palavra ou frase, que expresse o que intencionamos e seja mais capaz do que outra de suavizar o sentido do que dizemos, não ferindo os ouvidos de quem ouve, estamos nos utilizando de um eufemismo.

É comum as crianças pequenas usarem as palavras sem se preocuparem se estão ou não diante de alguma visita menos íntima. Nessas horas, pais e mães se enrubescem de vergonha e procuram um jeito de corrigi-las ensinando-lhes outras palavras mais aceitas socialmente e que significam a mesma coisa, assim como: “pum”, “pipi”, “bumbum”, “xoxota”, etc. Essas palavras são eufemismos muito utilizados junto às crianças e que se adequam a uma linguagem infantil, menos agressiva, mais educada e aceita por todos.

Por outro lado, nos momentos em que queremos extravasar nossa indignação e raiva, fazemos questão de dispensar os eufemismos. Eles não são nada adequados nesses momentos. Os palavrões precisam de expressões e frases de sentidos fortes, que choquem os ouvidos e o espírito de quem os escuta, que agridam as pessoas a quem queremos ofender, bem como àqueles que fazem parte de suas gerações passadas: pai, mãe, avô, avó,... 

Os meninos, na medida em que crescem, vão sendo iniciados no uso de palavrões. As torcidas de futebol acham bonito tratar os adversários com desprezo e agressividade. O espírito competitivo leva a buscarem auto afirmação, utilizando-se de uma infinidade de modos ofensivos de agredirem, principalmente, juízes, time e torcedores adversários. Com isso, os meninos experimentam a sensação de botarem para fora seus instintos agressivos, de forma catártica, sem se sentirem culpados.


O eufemismo é como uma embalagem mais bonita e aceitável, do que dizemos ou escrevemos. Uma roupagem que permite a entrada de certos conceitos em ambientes mais sensíveis ou exigentes. No cinema, imagens são utilizadas como eufemismos: a morte é representada por um vento que faz esvoaçar as cortinas da janela, um pássaro voando ou um balão de gás que se desprende e sobe para o céu; a paixão ou o envolvimento sexual costumam ser representados pela chama de uma vela acesa ou pelo fogo crepitante de uma lareira. 

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