É menino ou menina?... Esta é uma das primeiras
curiosidades, ao se ter notícia de algum novo nascimento. Os seres humanos se
distinguem entre gêneros masculino e feminino. No discurso, muitos reconhecem a
igualdade de direitos entre homens e mulheres; na ação, porém, esse
reconhecimento não aparece com a mesma frequência e intensidade.
“Questões de
gênero” são problemas, gerados pelas desigualdades de direitos entre os
sexos. Pessoas são discriminadas exatamente por serem ou do sexo masculino ou do
sexo feminino. Em nosso ambiente cultural, as discriminações que mais aparecem
são as relativas ao sexo feminino. Pode acontecer de uma mesma pessoa sofrer
várias discriminações: por ser mulher, negra, pobre, analfabeta e portadora de
alguma deficiência física. As questões de gênero dizem respeito apenas às
discriminações por causa da condição sexual.
Embora, nos últimos anos, as mulheres tenham conquistado
muitos direitos, que antes não tinham; ainda hoje, em algumas culturas mais e
em outras menos, desigualdades e injustiças são praticadas contra mulheres,
exatamente pelo fato de pertencerem ao sexo feminino.
Ao nascermos, encontramos o mundo aparentemente
organizado e pronto. Dele recebemos a noção de certo e de errado. Na medida em
que desenvolvemos um espírito crítico, vamos percebendo como certos preceitos e
normas não resistem a uma visão mais aprofundada e coerente. Da consciência e
do esforço de todos é que nascem formas mais justas de tratamento entre as
pessoas. Não é preciso grande esforço para constatar que, no campo
profissional, os postos que envolvem mais poder, raramente são ocupados por
mulheres. Nesses postos, a mulher, se está presente, ainda é exceção e não
regra.
É comum, também, observar que, no trabalho, em funções
da mesma importância, mulheres ganham menos do que homens. Apurando melhor o
olhar e a audição, sem paranóias, podemos perceber ainda muitas outras
discriminações com relação à mulher, nos meios religiosos, nas famílias e nos
relacionamentos sociais em geral.
As discriminações não vêm apenas da parte dos homens.
Mulheres as praticam umas com as outras. A educação que grande parte das mães
dá a filhos e filhas, naturalmente, reproduzem modelos machistas. Precisamos de
muita atenção e espírito crítico para evitarmos retrocessos nessa evolução, tão
necessária para o avanço da justiça e da paz no mundo.
Por José Morelli
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