quinta-feira, 26 de julho de 2012

Em espiral

Entre idas e vindas, na direção para frente e para cima, alargando o horizonte de visão, a cada volta, ou diminuindo o sentido de oposição, entre opostos, vou evoluindo e me desenvolvendo, de maneira semelhante ao da  e s p i r a l, delineando seu traçado.

Se, em algum momento, o medo me impediu de alcançar um ponto mais avançado e que exigia preparo e coragem de minha parte, fazendo-me retroceder; agora, sentindo-me mais preparado e com menos medo, posso me lançar mais confiante. Neste vai e vem, cresço em minhas capacidades, amplio o sentido de minha presença, no meio em que vivo e em que me movimento. Alimento e faço crescer meu auto-conhecimento e minha auto-estima.

Minha vida oscila entre a rotina e a novidade. Ambas são importantes e mesmo necessárias. Quando me canso de uma, busco a outra, satisfazendo-me a cada nova experiência. Rotina e busca de novidades servem-me como estímulo. Na medida em que vou me cansando da rotina, cresce-me o incômodo de nela permanecer. Busco, então, a novidade... até que me canse dela também. A rotina volta a atrair-me, gratificando-me com sua presença. Sinto-me feliz por reencontrá-la. Vou oscilando nesse processo, que me parece ser saudável e capaz de atender às minhas necessidades, desenvolvendo-me em mais dimensões de meu ser total. Devo cuidar para que a ansiedade em buscar fora ou o medo/comodismo, que me levariam a fugir das dificuldades, não me prejudiquem nessa dinâmica que é apropriada à vida.

A cada nova volta na espiral, envolvo-me mais profundamente comigo mesmo e com a realidade que me cerca, ampliando e aprofundando minhas percepções. Descubro que, no que é bom, não existe só o bom e que no mal, não existe só o mal. Minha visão dos contrários vai se tornando mais objetiva, menos mítica. Dentro de mim, diminuo a distância entre os opostos. Aprendo a lidar melhor com eles. Integro-os em minha maneira de ver e entender o mundo e a vida. Sucessos e fracassos deixam de atemorizar-me tanto. Vou perdendo o medo de avançar e de me arriscar. Sinto-me mais assumido e responsável no que penso, sinto e faço.

Por José Morelli

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