sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Com que tintas?...

Essa deveria ser uma pergunta que todos nós, tranquilamente, deveríamos fazer ao vermos imagens de indígenas brasileiros, com seus rostos e corpos sofisticadamente pintados. Certamente, eles não nasceram assim, tão coloridos, como se apresentam em fotografias e em filmagens que despertaram e despertam a atenção de muitos, seja aqui no continente americano seja em terras de além mar. Os europeus dos tempos pós-descobertas, tinham imensa curiosidade de saber a respeito da vida vivida pelos silvícolas brasileiros, bem como de seus costumes e tradições.

O conhecimento das tintas pelos indígenas remonta a tempos imemoriais. Ao contrário do que se ouve dizer, a arte indígena não pode ser vista como pouco elaborada. A partir da observação da natureza, esses povos primitivos representam formas geométricas que, pela variação de tamanho, manifestam ritmo e equilíbrio, sendo que cada tribo tem o seu próprio estilo.  Quanto à fabricação das tintas, utilizando-se de sementes de plantas, tais como as do urucum, as do jenipapo e as do urucuzeiro, esses povos produzem uma tinta natural que não prejudica a própria pele, como acontece nas tintas fabricadas com agentes químicos industrializados. 

As pinturas corporais são apenas um dos elementos constitutivos da cultura indígena. Há uma sabedoria, apreendida em séculos de convívio harmônico com a natureza, que engloba um conjunto valioso de saberes, que muito pode contribuir na busca de caminhos a serem trilhados pela humanidade, em todos os tempos.

Quando o indivíduo é bem resolvido em sua própria identidade, ele é capaz de se confrontar com outras identidades sem grandes problemas. Se a diversidade não for vista e sentida de maneira positiva, ela não poderá ser compartilhada em suas riquezas e, consequentemente, restará apenas o fechamento de cada povo em si mesmo e em seu próprio egoísmo e em seu próprio egocentrismo. A humanidade se distanciará de seu mais fundamental desenvolvimento.

Postado por José Morelli

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário