Essa deveria ser uma pergunta que
todos nós, tranquilamente, deveríamos fazer ao vermos imagens de indígenas
brasileiros, com seus rostos e corpos sofisticadamente pintados. Certamente,
eles não nasceram assim, tão coloridos, como se apresentam em fotografias e em
filmagens que despertaram e despertam a atenção de muitos, seja aqui no
continente americano seja em terras de além mar. Os europeus dos tempos
pós-descobertas, tinham imensa curiosidade de saber a respeito da vida vivida
pelos silvícolas brasileiros, bem como de seus costumes e tradições.
O conhecimento das tintas pelos
indígenas remonta a tempos imemoriais. Ao contrário do que se ouve dizer, a
arte indígena não pode ser vista como pouco elaborada. A partir da observação da
natureza, esses povos primitivos representam formas geométricas que, pela
variação de tamanho, manifestam ritmo e equilíbrio, sendo que cada tribo tem o
seu próprio estilo. Quanto à fabricação
das tintas, utilizando-se de sementes de plantas, tais como as do urucum, as do
jenipapo e as do urucuzeiro, esses povos produzem uma tinta natural que não
prejudica a própria pele, como acontece nas tintas fabricadas com agentes
químicos industrializados.
As pinturas corporais são apenas
um dos elementos constitutivos da cultura indígena. Há uma sabedoria,
apreendida em séculos de convívio harmônico com a natureza, que engloba um
conjunto valioso de saberes, que muito pode contribuir na busca de caminhos a
serem trilhados pela humanidade, em todos os tempos.
Quando o indivíduo é bem
resolvido em sua própria identidade, ele é capaz de se confrontar com outras
identidades sem grandes problemas. Se a diversidade não for vista e sentida de
maneira positiva, ela não poderá ser compartilhada em suas riquezas e,
consequentemente, restará apenas o fechamento de cada povo em si mesmo e em seu
próprio egoísmo e em seu próprio egocentrismo. A humanidade se distanciará de
seu mais fundamental desenvolvimento.
Postado por José Morelli
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