Inúmeros são os testemunhos de que a casa, situada no número 80 da Rua Dr. João Ribeiro, esquina com Major Ângelo Zanchi, foi a primeira no histórico bairro da Penha de França construída em alvenaria. Nela morou Dona Catarina de Albuquerque. Sua localização ocupa o chamado Centro Histórico da Penha. Anos atrás, em uma entrevista dada a este jornal, Dona Catarina, já com idade muito avançada, testemunhou ter participado de uma recepção ao Imperador Dom Pedro II, juntamente com sua esposa, a Imperatriz Teresa Cristina, tendo, ela e outras meninas, jogado pétalas de rosas sobre o casal, no interior da Igreja de Nossa Senhora da Penha.
No quintal desta mesma casa havia
uma nascente de água potável. Em um passado não tão recente, algumas pessoas
fizeram um teste para verificar se a água que por ali passava e passa era a
mesma que também jorra no Clube Esportivo da Penha. Jogaram um corante dentro
do poço e foram ver se a água colorida chegaria àquela nascente. A experiência
não comprovou a hipótese presumida.
Hoje, as condições de preservação
do imóvel se encontram precaríssimas. O quintal, embora tenha sido todo
recoberto com um piso de cimento, nem para estacionamento vem sendo utilizado.
Nos folhetos promocionais que
divulgam vendas de apartamentos em prédios, na Penha, é comum encontrar o apelo
da historicidade do bairro. É um glamour a mais a tradição de tantos anos com
tantos acontecimentos relevantes, garantia de que a vida aqui vai continuar sendo
tão generosa aos seus futuros moradores como o foi para as gerações passadas.
A fim de que não se fique apenas
no discurso, vale propor que sejam feitas ações concretas no sentido de
recuperar esses e outros bens históricos que ainda restam no bairro. A retirada
do piso e o replantio do verde no quintal acima referido, faria com que a
nascente voltasse a prover as pessoas com seu precioso líquido, um exemplo
eloquente de cuidado pela natureza e de amor às futuras gerações.
Postado por José Morelli
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