Trata-se de um jogo evidentemente,
uma boa atividade para aquecimento do grupo. Como todo jogo, este também tem
suas aproximações com a vida do cotidiano; uma vez que permite a apreensão de
sensações que podem ajudar na percepção de aspectos importantes relacionados à personalidade
de cada um, de suas maneiras próprias de interagir com os outros, com as coisas
e com as situações emergentes.
Neste jogo são várias pessoas que
participam, interagindo umas com as outras e com o espaço físico e temporal.
Cada uma com o seu próprio ritmo e suas características individuais, o que
possibilita competitividade. Decorre daí o afloramento de sentimentos de insatisfação/frustração,
quando se perde e de satisfação/euforia quando se ganha.
Aqueles que mais se envolvem com
o jogo têm maior chance de acertar, discriminando a ordem e realizando-a
imediatamente. Os que estiverem menos envolvidos, dispersos ou inibidos, terão
menor chance de se manterem no jogo até o seu final.
Se o dirigente usa uma mesma
sequência para dar as ordens e, de repente, rompe essa sequência, é comum que
um número maior de pessoas erre. Se o dirigente apressa o ritmo em que dá as
ordens, isso cria maior dificuldade para distinguirem o sentido delas e dos
espaços, dentro ou fora, que elas representam.
No dia a dia, nem sempre é tão
fácil discriminar o que é “nosso” – de dentro – do que é “dos outros” – de fora.
Ainda mais quando se considera que esses sentimentos são bastante fluidos,
variando de situação para situação. Às vezes o que é “nosso” é aquilo que
sentimos como mais íntimo, não incluindo mais ninguém além de nós mesmos. Outras
vezes, “nosso” – de dentro – é a família, as pessoas de casa, da escola, da
igreja. Outras vezes, ainda, é toda a torcida do time de nossa preferência, os
brasileiros quando joga a seleção ou a nação inteira como quando esta participou,
em esmagadora maioria, na campanha pelas “Diretas já”.
A sensação que temos, quando não
conseguimos discriminar o que é “nosso” do que é ”dos outros”, o que está
dentro do que está fora é uma sensação de confusão e de insegurança, muito
desconfortável. Nesses momentos é preciso um mínimo de calma e de atenção e,
pouco a pouco, ir recolocando coisa a coisa em seu devido lugar. Assim a
sensação vai se transformando, devolvendo aos indivíduos o sentido da estabilidade
e de segurança pessoal e de segurança coletiva.
Postado por José Morelli
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