quinta-feira, 27 de junho de 2019

Ânimo

Energia, coragem, entusiasmo para fazer as coisas e para viver. Desânimo é o contrário de ânimo: é a falta de energia, de coragem e de entusiasmo para tudo. Ânimo, animação vem de ânima (do latim), que é o mesmo que alma, vida, existência ativa. O existir humano é mantido através de sua interação com o meio em que se encontra. Ninguém vive sem respirar, sem comer ou beber, sem se relacionar com as coisas e com as pessoas à sua volta.

Pequenos e grandes acontecimentos podem provocar ânimo ou desânimo. Pessoas muito exigentes podem pagar caro o fato de se constituírem com essa característica. Esperam demais e se decepcionam facilmente. As trocas entre as pessoas fazem com que estas se sintam ou para cima ou para baixo. Elogios animam. Ofensas e injustiças desanimam. Há aqueles também que são movidos a maus tratos. Não se consideram merecedores de serem gratificados pelos outros. Possuem uma imagem negativa de si mesmos. Com isso, acabam alimentando mais ódio do que amor para consigo e para com os outros. Fazem destilar de seus olhares e atitudes mais fel do que mel.    

Pessoas são também sequiosas de ânimo. Desejam ardentemente se verem bonitas, valorizadas ou aprovadas pelos outros. Alimentam-se de suas próprias imagens, refletidas nos espelhos que são os olhares, as palavras, os sorrisos e os bons tratos recebidos de seus semelhantes.

Compensações. Quando não se pode ter um bem desejado, compensá-lo com algum outro bem é uma forma de não se sentir decepcionado consigo mesmo e com a vida. Diz-se que o dinheiro não é tudo, mas ajuda muito. Com ele, se pode comprar muitas coisas. O ego se infla projetando-se nas vantagens que o dinheiro pode proporcionar, mesmo sabendo que ele não é capaz de comprar o mais importante. 

No domingo passado, tivemos o dia principal da Festa do Rosário deste ano, no bairro da Penha em São Paulo. O Largo se enfeitou para receber as irmandades, as pastorais-afro, os grupos de congadas, moçambiques, marujada, maracatu, samba lenço e outros que vieram participar das programações do dia. A apresentação de tantas manifestações culturais, com seus coloridos e musicalidade, encheram os olhos e os corações dos que ali estiveram. Um evento preparado para atender aos anseios de uma coletividade especial, que construiu sua história desde os primórdios da Penha.

A animação dos grupos musicais contagiou a todos que ali estavam transmitindo-lhes ânimo e coragem para continuarem a viver. Uma festa de cultura brasileira a partir de suas raízes europeia, indígena e africana. O viés religioso dos diversos grupos participantes conduziu-os à igreja para ali fazerem suas orações, através do canto e da dança no ritmo dos tambores.

A missa celebrada pelo bispo Dom Eduardo, da Regional Sé da arquidiocese de São Paulo, revestiu-se com elementos da cultura afro brasileira, expressa nos trajes e nas melodias cantadas no ritmo vibrante dos atabaques. Ao final da mesma, os reis de 2019, André e Renata, passaram suas coroas aos reis escolhidos de 2020, Teófilo e Rosângela, cerimônia coordenada pelo capitão da congada vinda da famosa cidade mineira de Congonhas do Campo.

Postado por José Morelli

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