quarta-feira, 8 de maio de 2019

Subjetividade

Chamamos de Subjetividade aquilo que é próprio de cada pessoa e que a faz ser ela mesma, distinguindo-a das outras. Aceitar uma pessoa como ela é, é aceitá-la em sua subjetividade, reconhecendo-a e tratando-a de acordo com sua maneira peculiar de ser, de responder, de pensar e de sentir.

As pessoas podem, também, ser vistas e reconhecidas pelo que são objetivamente: seres humanos, potencialmente dotados daquelas qualidades fundamentais, que os distinguem dos outros seres não humanos. A sociedade costuma organizar-se a partir das considerações objetivas.  As diferenças das pessoas, principalmente daquelas que mais se afastam dos padrões considerados de “normalidade”, incomodam a sociedade, supostamente, representando desafios à sua organização e desenvolvimento.

A subjetividade de cada pessoa  é determinada  desde a combinação dos cromossomos (DNA), herdados do pai e da mãe, das influências recebidas durante a concepção e no parto, da história vivida desde os primeiros tempos, no seio de uma família ou não, das condições econômicas e culturais do meio em que vive e se desenvolve.

No passado, a dificuldade de aceitação da diferença de cor, levou algumas sociedades brancas a negarem aos escravos negros a condição de seres humanos. Hoje ainda, pessoas portadoras de deficiências físicas, reclamam dos administradores públicos que não se esqueçam delas, deixando de rebaixar calçadas, construir rampas em prédios e outras providências, que as permitam gozar dos mesmos direitos dos outros cidadãos não deficientes.

O direito daquelas pessoas portadoras de sofrimento mental, também não tem sido devidamente respeitado, nesta nossa sociedade tida como evoluída.  Se, por um lado, os meios de tratamento têm se desenvolvido muito, possibilitando que tais pessoas possam se manter junto de seus familiares, desde que sejam  medicadas e acompanhadas, a estrutura de confinamento em manicômios ainda se mantém, encontrando apoio de alguns setores, que a  têm  explorado de maneira  indiscriminada.

Respeitar e aceitar cada pessoa em sua subjetividade, em sua forma particularizada de ser, é saber conviver com as diferenças existentes entre os seres humanos. É superar a tendência imatura e comodista de igualar e nivelar a todos, na ilusão de que isso tornaria a vida mais fácil e/ou produtiva.

Postado por José Morelli

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