As pessoas podem, também, ser vistas
e reconhecidas pelo que são objetivamente: seres humanos, potencialmente
dotados daquelas qualidades fundamentais, que os distinguem dos outros seres não
humanos. A sociedade costuma organizar-se a partir das considerações
objetivas. As diferenças das pessoas,
principalmente daquelas que mais se afastam dos padrões considerados de
“normalidade”, incomodam a sociedade, supostamente, representando desafios à
sua organização e desenvolvimento.
A subjetividade de cada pessoa é determinada
desde a combinação dos cromossomos (DNA), herdados do pai e da mãe, das
influências recebidas durante a concepção e no parto, da história vivida desde
os primeiros tempos, no seio de uma família ou não, das condições econômicas e
culturais do meio em que vive e se desenvolve.
No passado, a dificuldade de
aceitação da diferença de cor, levou algumas sociedades brancas a negarem aos
escravos negros a condição de seres humanos. Hoje ainda, pessoas portadoras de
deficiências físicas, reclamam dos administradores públicos que não se esqueçam
delas, deixando de rebaixar calçadas, construir rampas em prédios e outras
providências, que as permitam gozar dos mesmos direitos dos outros cidadãos não
deficientes.
O direito daquelas pessoas portadoras
de sofrimento mental, também não tem sido devidamente respeitado, nesta nossa
sociedade tida como evoluída. Se, por um
lado, os meios de tratamento têm se desenvolvido muito, possibilitando que tais
pessoas possam se manter junto de seus familiares, desde que sejam medicadas e acompanhadas, a estrutura de
confinamento em manicômios ainda se mantém, encontrando apoio de alguns
setores, que a têm explorado de maneira indiscriminada.
Respeitar e aceitar cada pessoa em
sua subjetividade, em sua forma particularizada de ser, é saber conviver com as
diferenças existentes entre os seres humanos. É superar a tendência imatura e
comodista de igualar e nivelar a todos, na ilusão de que isso tornaria a vida
mais fácil e/ou produtiva.
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