Durante o período em que se
encontram em gestação, os fetos podem adquirir novas influências, que passam a
ser incorporadas em suas constituições física e psíquica. A expressão “matriz
de identidade” se aplica à fase posterior do nascimento, na qual a criança vai
formando sua personalidade básica, em seus primeiros cinco anos de vida.
A criança, em sua primeira
infância, é moldada a partir do ambiente que a cerca. As maneiras de ser de
cada uma das pessoas, que fazem parte desse meio, contribuem para a conformação
do molde, que condiciona o desenvolvimento da personalidade dos recém-chegados
à família e ao meio social. Tudo o que há, de bom e de menos bom, se soma;
constituindo-se em saliências e reentrâncias, que tanto transparecem no molde,
como na peça, em seu processo de solidificação. As crianças captam e assimilam
o todo e partes do meio em que vivem. Parece até que são munidas de eficientes
radares que captam e respondem ao que se encontra à sua volta.
O consciente e o subconsciente
delas trabalham dia e noite armazenando dados em seus cérebros. Pelo sim ou
pelo não, tornam-se mais parecidas do que poderiam desejar, no futuro, com o
ambiente de onde provieram e se desenvolveram.
Todos nós, adultos, fomos
crianças um dia. Também somos produtos do meio em que fomos criados. Trazemos
em nós características de nossos antepassados e dos ambientes de onde
proviemos. Transmitimos às novas gerações parte do que herdamos. Não temos
plena consciência de tudo o que representamos e não conseguimos ter controle
sobre as influências que exercemos, entendidas como positivas ou negativas.
O fato de podermos ter, hoje,
consciência de como se dá todo esse processo, serve-nos de alerta. Sabemos que
somos co-responsáveis, em alguma dose, pelos resultados finais do que as
crianças apresentam em seus procedimentos. Ao julgá-las, julgamo-nos a nós
mesmos e àqueles que nos antecederam e que se constituíram como matrizes de
nossas identidades pessoais.
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