Das máquinas, consegue-se melhores rendimentos, quando suas peças estão bem ajustadas, sem apertos nem folgas. A sociedade industrial acostumou-se tanto com as máquinas, que passou a exigir das pessoas o mesmo que exigiam delas, esquecendo-se de que pessoas, dotadas de inteligência e criatividade, são muito mais do que simples conjunto de peças, por mais engenhosas que possam parecer. Na prática psicológica, a atribuição desses conceitos não é tão simples assim. Todas as manifestações do paciente, principalmente as que o caracterizam como “desajustado”, devem ser consideradas com o maior cuidado e profundidade. Atrás de algumas dessas manifestações de desajuste do paciente podem se ocultar conflitos graves e que necessitam de que vindo à tona possam ser desvendados em seus segredos. À semelhança de nós bem apertados, alguns desses conflitos podem ser parcial ou totalmente desfeitos, outros não.
A ideia de que a sociedade é um conjunto harmonioso e organizado, capaz de se encaminhar no sentido de seus objetivos, dá validade ao conceito de ajustamento, atribuído aos indivíduos. Não podemos nos esquecer, porém, de que a sociedade não é nem perfeita nem acabada. As instituições e pessoas que as representam, também, estão bem longe de serem perfeitas. As mudanças tendem a atualizar as respostas às necessidades, que surgem a cada novo instante.
O medo de mudar, que faz as instituições e pessoas se manterem apegadas ao antigo é um entrave ao bom ajustamento da sociedade frente às suas necessidades emergentes. Atenta àqueles mais corajosos e sensíveis, a sociedade poderá encontrar seus novos caminhos. Quanto ao ajustamento psicológico, na medida em que se desenvolvem as pesquisas e estudos científicos, novos conhecimentos vão sendo conquistados, descobrindo-se novos meios para tratamentos das pessoas que necessitam se ajustarem e, com isso, possam viver com mais qualidade e/ou produtividade.
Postado por José Morelli
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