segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Falar com os olhos

Não se trata de uma comunicação ruidosa, tal como a da voz que faz vibrar o tímpano de nossos ouvidos. As imagens transmitidas pelos olhares viajam na velocidade da luz, mais rapidamente do que as mensagens sonoras, emitidas pela voz. Aviões supersônicos existem, aviões que tenham velocidade mais rápida que a da luz ainda está longe de existirem, se é que um dia existirão.

Há quem diga que os olhos são as janelas da alma humana. Através deles, revela-se aquilo que cada um de nós carrega no íntimo do pensamento e do coração. Olhares se interpenetram. A profundidade dessa interpenetração é difícil de ser avaliada ou medida, tanto na veracidade como na falsidade das mensagens que transmitem: olhares dissimulados também são possíveis de acontecer e acontecem efetivamente.

Mesmo sendo silenciosos, os recados transmitidos pelos olhos possuem uma intensidade que, não raramente, é mais forte do que um grito. O olhar se aproxima ou foge. O olhar ri, pergunta, responde, suplica, insinua e se insinua. O olhar se enfurece, é capaz de acolher e de expulsar. A lista do repertório de tipos de mensagens dos olhares pode ser muito longa. Deixo ao leitor ou leitora a tarefa de enriquecer essa lista de possibilidades. A vida em sua trajetória permite a vivência de incontáveis experiências pessoais de comunicações dessa natureza.

Uma mensagem falada ou escrita cumpre seu papel de maneira singular, servindo à transmissão da educação e formação dos indivíduos e da sociedade em seu todo. “Oh! Bendito o que semeia livros...” Porém, a sutilidade do olhar também cumpre seu papel na formação da inteligência e das vontades. Em certas circunstâncias, a potencialidade do olho no olho é a que, sem gritos, mais se adéqua às necessidades, incluindo a da formação/educação das crianças, desde à primeira infância.

Postado por José Morelli


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