sexta-feira, 4 de abril de 2014

Aquilatar-se

Este verbo vem do substantivo “quilate”, palavra muito utilizada para dimensionar a quantidade de ouro, relativamente a outros elementos com os quais este é misturado, a fim de ganhar maior liga. São mais conhecidos os ouros com 24 (mais puro), 21 e 18 quilates, adequados à confecção de jóias.

O ouro é um metal relativamente raro, o que lhe garante excelente valorização no mercado de trocas comerciais. Por suas qualidades, o ouro serve a muitos fins nobres, dentre eles o de servir à cunhagem de moedas e o de, em muitos países, servir como padrão monetário. A cotação do ouro é divulgada nos noticiários diariamente.  

Aquilatar-se é o mesmo que avaliar-se ou considerar-se naquilo que se constitui como melhor: inteligência, força de vontade, sensibilidade, criatividade, dons corporais, etc. Cada personalidade possui seu ponto forte e seu ponto fraco. Da soma das diversas personalidades, a raça humana se torna capaz de equacionar a maior parte de seus desafios pessoais, sociais e ambientais. Sozinho, o indivíduo não é capaz de se resolver até mesmo no mínimo de suas necessidades básicas fundamentais.

Para poder se aquilatar ou se avaliar, sempre alguma comparação é preciso. Só mediante o estabelecimento de trocas constantes é que o ser humano se desenvolve em suas capacidades. Nenhum homem é uma ilha isolada no meio do oceano. Da mesma forma como um atleta só consegue se aprimorar competindo com outros da mesma modalidade esportiva, assim também, cada indivíduo se constrói a partir das interações que realiza com o meio em que vive e com as pessoas com que se relaciona.


O ouro, para ser depurado de suas impurezas, precisa ser aquecido em alta temperatura no cadinho (espiriteira especial que serve a esse fim). Os seres humanos, também, para se desenvolverem em suas capacidades e se aquilatarem em sua importância, precisam se submeter ao teste de fogo dos relacionamentos interpessoais no meio em que vivem.

Por José Morelli   

Um comentário:

  1. Muito esclarecedor,parabéns. Que texto fantástico! Creio também que a interação é fundamental. Não somos uma ilha e nem devemos recuar mediante as adversidades, distintas opiniões. Isso tudo nos aperfeiçoa, nos "aquilata"..ehheh
    www.escritoraadriana.com

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