quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A força da fraqueza

Não é só a força que é forte, a fraqueza pode, também, ser forte e como!... Olhando para o que acontece à volta e para a própria vida, pode-se observar a verdadeira dimensão da fraqueza como impulsionadora de muitas ações: um mal-estar, uma tontura, um choro, uma “cara com bico”, uma chantagem emocional e outras “fraquezas” são capazes de mobilizar grandes esforços.

A fraqueza sensibiliza. A criança logo percebe como conseguir aquilo que quer, através da manifestação de sua dependência e impotência. A necessidade de mostrar-se forte, por parte dos pais e dos adultos em geral, faz com que estes não queiram decepcionar, respondendo e correspondendo às demandas das crianças.

Se, no lugar de apostar na própria fraqueza, investindo em manifestações de incapacidades, os adultos principalmente avaliassem o quanto de força se esconde em muitas de suas fraquezas, certamente abandonariam essa estratégia de apostar tantas fichas nelas, dando-se a chance de se descobrirem como pessoas mais capazes e menos comodistas.

Algumas pessoas conseguem ser exemplo desse tipo de atitude positiva. Dentre os portadores de deficiências, percebe-se cada vez mais que não querem nem se sentirem incapazes, nem que os outros os vejam dessa forma.

Procuram se superar, desenvolvendo ao máximo o que conseguem de suas potencialidades. Transformam a própria fraqueza em estímulo de força para se superarem. Transferem a energia que seria despendida pelos membros deficientes para aqueles que são mais saudáveis, desenvolvendo-os e aprimorando-os em suas capacidades.

O professor Milton Santos, já falecido, quando de sua participação no programa “Roda Viva”, na TV-Cultura, chamou a atenção para um fato, que considerava motivo e razão de esperança para os brasileiros e para o Brasil. Tratava-se do predomínio da população jovem, comparado ao da população adulta, e da condição de pobreza material em que vive grande parte destes jovens (fraqueza?). Dizia ele que era exatamente nisso que residia o maior estímulo deles buscarem superar as más condições em que se encontravam, desde que lhes fossem dadas oportunidades. A mentalidade de não se fazer de coitado, mas de acreditar em si, é o que faz mudar a vida das pessoas e do país.

Toda proposição precisa ser vista com bom senso. A proposição, contida nesta coluna, não foge à esta regra. De maneira equilibrada, sugiro ao amigo leitor/a, que avalie as fraquezas que envolvem a própria vida e veja se e como a força se faz presente em suas “fraquezas”.

Por José Morelli

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