quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Asas à imaginação

Os seres humanos não possuem asas como as aves e as borboletas; mas, nem por isso seus pensamentos deixam de proceder como se as tivessem. Com elas, a capacidade imaginativa do homem é capaz de voar como os pássaros que, em bando, cruzam velozmente o céu indo ao chão, a um telhado, escondendo-se entre as folhas verdes de uma árvore qualquer ou como borboletas que, num piscar de olhos, passam de flor em flor.

O destino humano não poderia se prender apenas a ciscar o chão como as galinhas. Santos Dumont perseguiu seu sonho de voar até conseguir realizá-lo. A insatisfação serviu-lhe como estímulo à sua criatividade e inventividade. Por não ser completo, o ser humano tende sempre a buscar mais, a superar-se. Esta tem sido a força motriz do progresso, caminho irreversível trilhado pela humanidade, em todas as áreas do conhecimento.

Os desafios que se apresentam todos os dias precisam de muita imaginação para que possam ser superados. A valorização da capacidade de imaginar, de dar asas ao pensamento, num sentido construtivo, é imprescindível nos dias de hoje, tão cheios de impasses frente aos graves problemas que indivíduos e sociedade enfrentam.

Da imaginação é preciso se passar à ação. Da liberdade é preciso se passar à realidade. O direito de um termina quando se confronta com o direito de outro. Até os pássaros possuem um sistema de controle ao qual cada um deles responde imediatamente. Em seus vôos, eles se mantêm eqüidistantes uns dos outros, ao fazerem curvas e ao controlarem a própria velocidade.

Com os cidadãos e cidadãs acontece de maneira semelhante. Quanto maiores os avanços, mais complexas e exigentes serão as relações humanas. Com a imaginação, dotada de potentes asas, indivíduo e sociedade podem expandir seus repertórios de respostas, a fim de atenderem às demandas de cada novo momento.

Por José Morelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário