Acredito que não são poucas as
pessoas que meditam sem terem consciência de que estejam meditando. Situações
difíceis podem abrir oportunidades para que assim aconteça. Quantas vezes, o
aparecimento de doenças graves força a tomadas de decisões profundas e
verdadeiras, que servem à reorientação da vida de muitos. “Depois de tudo que
passei, já não sou mais o mesmo (ou a mesma), aprendi a dar mais valor à vida”,
costumam dizer.
Na meditação, o pensamento se
projeta com sua energia própria. Ele é uma força de consciência e de integração.
Com ele, o foco de atenção se volta seja para o centro da própria pessoa, seja
para fora dela. Na primeira hipótese, se volta àquilo que emerge de sua
sensibilidade: a pulsão de vida manifestada a partir das batidas do coração e
do sangue circulando no corpo; o arfar dos pulmões, ingerindo e expelindo o ar
respirado; alguma sensação de prazer/desprazer ou de dor provocada por
disfunções, manifestações estas nas quais a mente pode se acoplar, encarando-as
como realidades a serem assimiladas e
absorvidas.
Quando a mente se volta para fora
da própria pessoa, para o mundo externo, para o universo, o foco de
concentração liga a personalidade individual, identificando-a com o que existe
além dela e a ultrapassa: pode ser a humanidade em seu todo, o planeta, o
universo, a fonte de onde se origina a vida (Deus), anjos, santos e tudo o mais
em que se possa acreditar.
O importante, nessas duas formas
de meditar, é aproveitar o momento presente em toda sua profundidade e
intensidade. Mesmo que o pensamento seja fortuito, passageiro em essência,
ainda assim ele pode sentir-se em paz e descansar, harmonizando-se consigo mesmo.
Deste modo, ele passa a se sentir quites com o que lhe está ao alcance.
Postado por José Morelli
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