quarta-feira, 15 de abril de 2020

Compartilhar

Enquanto seres viventes, compartilhamos o que somos e o que temos: o ar que inspiramos e expiramos; o chão sobre o qual nos locomovemos; a chuva que cai (ou não) do céu; o idioma com que nos comunicamos; o dinheiro corrente com o qual transacionamos bens ou serviços; a natureza humana da qual fazemos parte, bem como o mundo em que vivemos. Nossa vida só se mantém viva, se compartilhada no e com o meio em que nos originamos e, no qual, coexistimos com outros seres viventes.

Tudo é compartilhado: o que é bom e o que não o é. A própria razão de bondade ou de maldade não é absolutamente precisa em suas possibilidades de influências positivas ou negativas. Dependendo do ângulo de visão com que se olha, algo pode ser qualificado de uma ou de outra forma. A ênfase dada em favor desta ou daquela visão, muitas vezes esconde objetivos de instrumentalizá-la em função de interesses, por vezes escusos. Compartilhamos regras de vida supostamente organizadas. O contraditório nunca pode deixar de estar presente, nos momentos em que dúvidas pairem sobre nossos julgamentos.

Compartilhamos verdades e mentiras, crenças e descrenças, esperanças e desesperanças, satisfações e sofrimentos, alegrias e tristezas... Nossas moradias compartilham as ruas e calçadas que dão acesso a outras moradias, nosso bairro compartilha com outros mais próximos ou mais distantes, assim como nosso município, nosso estado, nosso país, nosso continente compartilham com outros municípios, estados, países, continentes. Formal ou informalmente, trocas constantes se estabelecem em todas as direções.

Compartilhamos saberes e ignorâncias, harmonias e desarmonias, amores e desamores, gentilezas e indiferenças, progressos e retrocessos, vantagens e prejuízos, virtudes e pecados. Compartilhamos pensamentos e sensações, sentimentos e imaginações, Tantas trocas servem à construção de nós mesmos e à construção do mundo, desenvolvendo-o e respeitando-o em suas potencialidades .

Postado por José Morelli

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