segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Zona de conforto

É aquela em que o indivíduo se sente confortável, não querendo que o bem estar por ele proporcionado nunca se acabe. Trata-se de um conceito, que pode ser útil para algumas reflexões. O que é visto e sentido como zona de conforto para um poderá não sê-lo para outro. Uma boa condição financeira é capaz de proporcionar facilidades para muitas coisas. Enquanto o marido se estimula com o que ganhou e ganha, desafiando-se a conseguir ainda mais, sua mulher poderá servir-se dela apenas para usufruir das mordomias que a mesma pode dar, acomodando-se a todo resto.

A tendência natural da vida é a de se buscar alcançar zonas de conforto. Para isso, muitas vezes, é necessário despender grandes esforços. Não seria racional que, depois de tê-las conquistado, não se desse, a si e aos seus, o direito de usufruir o que elas podem oferecer de bom!

Por outro lado, quanto à zona de desconforto, a tendência é a de fugir dela, o mais rápido possível. O mal estar por ela despertado causa aversão aos seus primeiros sinais. As más condições do meio externo exigem adaptações internas. O faquir indiano consegue deitar-se sobre uma cama de pregos e ali permanecer por certo tempo. Condições externas favoráveis não exigem adaptações internas. O exemplo do faquir acena para a diferença entre o ter e o ser: as zonas de conforto ou de desconforto se referem mais precisamente às condições materiais. A santa Irmã Dulce sentia-se bem junto aos doentes que cuidava, tidos como bens valiosos em seu entendimento.

A promoção só de facilidades não ajudam no desenvolvimento e formação dos filhos, nem de qualquer outra pessoa. Estímulos aversivos são eficazes meios para extirpar comportamentos indesejáveis. A dificuldade é de como dosar a aplicação de medidas corretivas, através de estímulos gratificantes ou de punições.

Existem pessoas que são movidas a elogios, outras parece que não entendem outra linguagem se não a de broncas e castigos. Vida é movimento. Este precisa existir em algum lugar. Se não está no corpo precisa estar na mente ou na alma. Conforto e desconforto fazem parte da dinâmica da vida. É preciso existir uma alternância entre eles. Um precisa servir de trampolim para o outro. Só assim se pode ir mais longe, conhecendo-se melhor e a novas situações e lugares.      

Postado por José Morelli 



Nenhum comentário:

Postar um comentário