A tendência natural da vida é a de
se buscar alcançar zonas de conforto. Para isso, muitas vezes, é necessário
despender grandes esforços. Não seria racional que, depois de tê-las conquistado,
não se desse, a si e aos seus, o direito de usufruir o que elas podem oferecer
de bom!
Por outro lado, quanto à zona de
desconforto, a tendência é a de fugir dela, o mais rápido possível. O mal estar
por ela despertado causa aversão aos seus primeiros sinais. As más condições do
meio externo exigem adaptações internas. O faquir indiano consegue deitar-se
sobre uma cama de pregos e ali permanecer por certo tempo. Condições externas
favoráveis não exigem adaptações internas. O exemplo do faquir acena para a
diferença entre o ter e o ser: as zonas de conforto ou de desconforto se
referem mais precisamente às condições materiais. A santa Irmã Dulce sentia-se
bem junto aos doentes que cuidava, tidos como bens valiosos em seu
entendimento.
A promoção só de facilidades não
ajudam no desenvolvimento e formação dos filhos, nem de qualquer outra pessoa. Estímulos
aversivos são eficazes meios para extirpar comportamentos indesejáveis. A
dificuldade é de como dosar a aplicação de medidas corretivas, através de
estímulos gratificantes ou de punições.
Existem pessoas que são movidas a
elogios, outras parece que não entendem outra linguagem se não a de broncas e
castigos. Vida é movimento. Este precisa existir em algum lugar. Se não está no
corpo precisa estar na mente ou na alma. Conforto e desconforto fazem parte da
dinâmica da vida. É preciso existir uma alternância entre eles. Um precisa
servir de trampolim para o outro. Só assim se pode ir mais longe, conhecendo-se
melhor e a novas situações e lugares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário