terça-feira, 26 de novembro de 2019

Apropriar-se de si

Tornar-se dono de si mesmo/a. Ter-se as rédeas, de si, nas próprias mãos. Reconhecer-se naquilo que é, naquilo que pensa e sente. Apropriar-se do conhecimento da própria história pessoal, da história da família da qual proveio, da história do grupo social do qual se entende pertencendo - ou, para fazer uso de uma única palavra: contextualizar-se.  

Para se apropriar de si mesmo/a, de verdade, não basta apenas o conhecimento da própria realidade e do que existe à volta. É preciso, também, certo grau de compreensão, de aceitação, capaz de permitir discernimento dos caminhos a seguir e possibilidade de escolhê-los com relativa autonomia ou liberdade.  

A vida pessoal de cada ser humano pode ser comparada a uma caixa-de-surpresas. Acontecimentos inesperados do dia a dia suscitam respostas novas e originais. Nesse processo, podem acontecer descobertas: ideias antigas vão sofrendo reformulações, dando origem a novas ideias. A compreensão vai se ampliando, ganhando dimensões mais completas e abrangentes.

O adulto que é dono de si e vive de bem, em paz ainda que limitada consigo mesmo é, também, capaz de conviver com o outro, dando-lhe autonomia para que viva sua vida livremente. Sabe respeitar os direitos do outro, da mesma forma como se respeita em seus próprios direitos. As diferenças de juízos, de julgamentos das muitas questões da vida, fazem parte da realidade. Conviver com os diferentes e com as diferenças é inevitável na vida de cada um, independendo das condições e do lugar em que esteja.

Caminhos de idas e de voltas (de si para os outros e dos outros para si) permitem renovadas sínteses. A vida é feita de oportunidades. Em cada fase da vida, a possibilidade de aprendizados específicos. De alguma forma, a mente guarda as experiências vivenciadas desde os primeiros anos de vida. A maturidade é a fase, por excelência, de se poder sentir que se tem o que tem, com mais clareza e serenidade. Da troca constante com as novas gerações, o adulto maduro mantém-se atualizado em suas percepções.

Postado por José Morelli

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