Através de nosso palco interior
antecipamo-nos aos acontecimentos. Nele representamos a nós mesmos, juntamente
com os demais personagens, com os quais imaginamos que iremos contracenar nos
múltiplos papéis que desempenhamos em nosso dia a dia. Preparamo-nos para o que
vamos fazer dispondo-nos interiormente. O professor, ao preparar suas aulas, já
imagina como seus alunos irão responder aos estímulos que deseja utilizar em
suas estratégias de ensinamento. O pano de fundo desse palco interior do
professor pode ser permeado de otimismo ou de pessimismo. A coloração e a
luminosidade das imagens impressas no fundo desse palco podem servir ao
encorajamento ou ao desânimo do professor. As consequências desse pano de fundo
se refletem no aprendizado dos alunos.
Cada profissão sobrevive a partir
do palco interior que cada profissional carrega em seus referenciais. Quando a
mídia faz uso excessivo das notícias policiais para ganhar audiência, os
referenciais dos profissionais dessa área transparecem nas notícias. O olhar
aguçado para discernimento de quem é mocinho e de quem é bandido vai sendo
repassado aos destinatários das notícias, contaminando suas mentes. Da mesma
forma, os agentes religiosos que se utilizam dos canais de televisão para,
ininterruptamente, transmitirem suas mensagens, repassam subliminarmente o pano
de fundo de seus juízos e julgamentos.
O pano de fundo de nosso palco
interior se reflete em nosso modo de falar, de olhar, de nos posicionarmos frente
às situações. Ele pode ser pleno da luz do sol, como pode ser carregado de
nuvens escuras e ameaçadoras. Ele pode ser alegre como uma paisagem florida ou
tristonho como um muro cinzento e sem vida.
Postado por José Morelli
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