sábado, 16 de dezembro de 2017

Contemporaneidade

Dividimos os nossos tempos de vida com os de outras vidas, sejam estas experienciadas por pessoas, animais, plantas, lugares ou coisas em seus respectivos estágios de existência: somos todos contemporâneos daquilo tudo que está acontecendo efetivamente à nossa volta, perto ou longe. A realidade em sua total abrangência é imensa, incomensurável mesmo. Dependemos de toda essa contextualização para que possamos desenvolver-nos da forma como estamos conseguindo nos desenvolver em nossas capacidades humanas. Materialmente falando, somos comparáveis a um grãozinho de areia no conjunto de toda a materialidade do universo.

Mesmo sendo assim de dimensões tão insignificantes, temos a capacidade de reconhecer a nossa própria existência e daquilo tudo o que está à nossa volta. Temos a capacidade de reconhecer o tempo de demora da chegada à Terra da luz de uma estrela, que se encontra a milhões de anos luz de distância. Dividimos um mesmo tempo com essa luz que está se desprendendo de sua fonte geradora, neste exato momento: somos contemporâneos a esse desprendimento de luz que só chegará aqui num tempo que não sabemos quem poderá estar presente para recepciona-la e/ou assisti-la.

Nossa consciência nos coloca em consonância com o passado, com o presente e com perspectivas de futuro, próximo e remoto. O presente, por si só, já é de grandíssima profundidade em seu valor: a emergência dele propicia o surgimento de novas e novas vidas repletas de significados.

O passado histórico deixa marcas indeléveis nas trajetórias do presente. Carregamo-las em nossa consciência de maneiras consciente e inconsciente. Nada foi inútil e nada a ser construído deixará de ter sua utilidade e razão de ser. Somos todos inexoravelmente unidos uns aos outros e com a realidade contextualizada na qual nos encontramos profundamente inseridos.  

Postado por José Morelli

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