Dividimos os nossos tempos de
vida com os de outras vidas, sejam estas experienciadas por pessoas, animais,
plantas, lugares ou coisas em seus respectivos estágios de existência: somos
todos contemporâneos daquilo tudo que está acontecendo efetivamente à nossa
volta, perto ou longe. A realidade em sua total abrangência é imensa,
incomensurável mesmo. Dependemos de toda essa contextualização para que
possamos desenvolver-nos da forma como estamos conseguindo nos desenvolver em
nossas capacidades humanas. Materialmente falando, somos comparáveis a um
grãozinho de areia no conjunto de toda a materialidade do universo.
Mesmo sendo assim de dimensões
tão insignificantes, temos a capacidade de reconhecer a nossa própria
existência e daquilo tudo o que está à nossa volta. Temos a capacidade de
reconhecer o tempo de demora da chegada à Terra da luz de uma estrela, que se
encontra a milhões de anos luz de distância. Dividimos um mesmo tempo com essa
luz que está se desprendendo de sua fonte geradora, neste exato momento: somos
contemporâneos a esse desprendimento de luz que só chegará aqui num tempo que não
sabemos quem poderá estar presente para recepciona-la e/ou assisti-la.
Nossa consciência nos coloca em
consonância com o passado, com o presente e com perspectivas de futuro, próximo
e remoto. O presente, por si só, já é de grandíssima profundidade em seu valor:
a emergência dele propicia o surgimento de novas e novas vidas repletas de
significados.
O passado histórico deixa marcas
indeléveis nas trajetórias do presente. Carregamo-las em nossa consciência de
maneiras consciente e inconsciente. Nada foi inútil e nada a ser construído
deixará de ter sua utilidade e razão de ser. Somos todos inexoravelmente unidos
uns aos outros e com a realidade contextualizada na qual nos encontramos profundamente
inseridos.
Postado por José Morelli
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