Discurso é comunicação.
Como tal, supõe a presença de um transmissor, de um receptor de uma mensagem e
de um código que, neste caso, pode ser o idioma falado ou escrito. Existem
pessoas que têm grande facilidade de se expressar verbalmente ou por escrito.
Falam ou escrevem coisas interessantes e profundas, de forma fluente e agradável.
Produzem belos e inteligentes discursos.
Ação é, também, comunicação. Através daquilo que se faz, de uma atitude
tomada, alguma verdade íntima se manifesta e se transmite. A mensagem,
transmitida pela ação de uma pessoa, é reveladora de aspectos importantes de
sua realidade. “As palavras movem, os exemplos arrastam”, diz o provérbio. Por isso, a mensagem expressa, por meio de uma ação,
pode e deve ser levada mais à sério.
E a atuação? - Por atuação,
em psicologia, entende-se aquela comunicação, por palavras ou atitudes, cuja
mensagem visa esconder, falsear as verdadeiras intenções do transmissor. A
atuação é uma representação, um teatro. Nem sempre a pessoa que atua é
consciente de que assim o faz, com intenção de enganar. Um sorriso pode
esconder uma dor, assim como uma expressão de dor pode esconder alguma
satisfação secreta, que não se deseja revelar.
Quem assim o faz, consciente ou inconscientemente, se antecipa nas suas
intenções, instrumentalizando suas atitudes, em função de algum interesse
pessoal.
Os três conceitos,
acima descritos, fazem parte do cotidiano das pessoas. Discurso, ação e atuação
acontecem constantemente. Um discurso pode ser confirmado como verdadeiro, pela
coerência das atitudes com as palavras de quem as profere. Por outro lado, a
beleza de um discurso se desfaz, se as palavras são negadas pelas ações
contraditórias de quem as transmite.
Dentro do âmbito
da normalidade, existe lugar para o discurso, mesmo acompanhado de alguma inautenticidade, para a
ação, com certa incoerência e para a atuação. Estes conceitos não podem ser
considerados de maneira muito rígida. É preciso que cada um deles possa ter um
entendimento relativamente largo, capaz de permitir às pessoas, que se
respeitem em suas privacidades, mostrando-se apenas àqueles em quem confiam.
Discrepâncias mais
graves, já denunciam a presença de distúrbios mentais ou emocionais. Estes
casos comprometem o bem viver da pessoa, vítima desse mal e dos outros que a
cercam, exigindo que se busque alguma solução para estes problemas.
Por José Morelli
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