sábado, 22 de fevereiro de 2014

Discurso, ação e atuação

Discurso é comunicação. Como tal, supõe a presença de um transmissor, de um receptor de uma mensagem e de um código que, neste caso, pode ser o idioma falado ou escrito. Existem pessoas que têm grande facilidade de se expressar verbalmente ou por escrito. Falam ou escrevem coisas interessantes e profundas, de forma fluente e agradável. Produzem belos e inteligentes discursos.

Ação é, também, comunicação. Através daquilo que se faz, de uma atitude tomada, alguma verdade íntima se manifesta e se transmite. A mensagem, transmitida pela ação de uma pessoa, é reveladora de aspectos importantes de sua realidade. “As palavras movem, os exemplos arrastam”, diz o provérbio. Por isso, a mensagem expressa, por meio de uma ação, pode e deve ser levada mais à sério.

E a atuação? - Por atuação, em psicologia, entende-se aquela comunicação, por palavras ou atitudes, cuja mensagem visa esconder, falsear as verdadeiras intenções do transmissor. A atuação é uma representação, um teatro. Nem sempre a pessoa que atua é consciente de que assim o faz, com intenção de enganar. Um sorriso pode esconder uma dor, assim como uma expressão de dor pode esconder alguma satisfação secreta, que não se deseja revelar.  Quem assim o faz, consciente ou inconscientemente, se antecipa nas suas intenções, instrumentalizando suas atitudes, em função de algum interesse pessoal.

Os três conceitos, acima descritos, fazem parte do cotidiano das pessoas. Discurso, ação e atuação acontecem constantemente. Um discurso pode ser confirmado como verdadeiro, pela coerência das atitudes com as palavras de quem as profere. Por outro lado, a beleza de um discurso se desfaz, se as palavras são negadas pelas ações contraditórias de quem as transmite.

Dentro do âmbito da normalidade, existe lugar para o discurso, mesmo  acompanhado de alguma inautenticidade, para a ação, com certa incoerência e para a atuação. Estes conceitos não podem ser considerados de maneira muito rígida. É preciso que cada um deles possa ter um entendimento relativamente largo, capaz de permitir às pessoas, que se respeitem em suas privacidades, mostrando-se apenas àqueles em quem confiam.

Discrepâncias mais graves, já denunciam a presença de distúrbios mentais ou emocionais. Estes casos comprometem o bem viver da pessoa, vítima desse mal e dos outros que a cercam, exigindo que se busque alguma solução para estes problemas. 

Por José Morelli

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