quarta-feira, 20 de novembro de 2013

“Torcer o nariz”

A resposta não é dada verbalmente; mas apenas com o gesto de “torcer o nariz” para um dos lados, às vezes acompanhado de uma espécie de grunhido. Através desse gesto instantâneo se pode expressar o desagrado frente a alguma coisa, pessoa ou situação. As expressões de entendimentos e de sentimentos (indicativas de estados emocionais) podem se apresentar por meio de gestos: alguns mais outros menos sutis na expressão de suas mensagens.

Palavras possuem sentidos mais claros e precisos. A mímica facial e gestual se constitui como forma de expressão que antecede a da comunicação pela fala, mais socializada e racionalizada. Quando se juntam palavras e gestos, estas junções podem ou não apresentar, entre si, certa coerência de sentidos.
Palavras e gestos se constituem como códigos de comunicação. Independentemente do idioma falado, muitos gestos podem ser entendidos universalmente, em qualquer parte do mundo.

O nariz está associado diretamente à sua função específica que é a de sentir os cheiros. É a única via no corpo humano, através da qual, os odores são captados e seus efeitos transmitidos ao córtex cerebral. O cérebro decodifica os cheiros, classificando-os como agradáveis ou desagradáveis, desejáveis ou indesejáveis.

Quem se julga sempre melhor do que tudo e todos à sua volta, tende a manifestar-se com desdém, torcendo o nariz constantemente. Parece que não consegue reagir de outra forma, um eterno descontente. Quem consegue ter de si um conceito objetivo, reconhecendo-se em seus aspectos positivos e negativos, tendo também para com os outros e para com o mundo essa mesma forma de ver e de julgar, não deixa de torcer o nariz eventualmente, mas o faz sem contaminações de juízos tendenciosos e preconceituosos. É livre para gostar ou não gostar. É livre para ter esperança em si mesmo e nos outros e, consequentemente, na vida em suas partes e em seu todo. 

E, só para lançar um desafio à imaginação, aqui vai uma pergunta, que acabou de surgir em minha mente: Quantos sentidos poderiam ser atribuídos aos beijos, com os narizes, praticados pelos povos esquimós?!

Por José Morelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário