A resposta não é dada
verbalmente; mas apenas com o gesto de “torcer
o nariz” para um dos lados, às vezes acompanhado de uma espécie de
grunhido. Através desse gesto instantâneo se pode expressar o desagrado frente
a alguma coisa, pessoa ou situação. As expressões de entendimentos e de sentimentos
(indicativas de estados emocionais) podem se apresentar por meio de gestos:
alguns mais outros menos sutis na expressão de suas mensagens.
Palavras possuem sentidos mais
claros e precisos. A mímica facial e gestual se constitui como forma de
expressão que antecede a da comunicação pela fala, mais socializada e racionalizada.
Quando se juntam palavras e gestos, estas junções podem ou não apresentar, entre
si, certa coerência de sentidos.
Palavras e gestos se constituem
como códigos de comunicação. Independentemente do idioma falado, muitos gestos
podem ser entendidos universalmente, em qualquer parte do mundo.
O nariz está associado
diretamente à sua função específica que é a de sentir os cheiros. É a única via
no corpo humano, através da qual, os odores são captados e seus efeitos
transmitidos ao córtex cerebral. O cérebro decodifica os cheiros,
classificando-os como agradáveis ou desagradáveis, desejáveis ou indesejáveis.
Quem se julga sempre melhor do
que tudo e todos à sua volta, tende a manifestar-se com desdém, torcendo o
nariz constantemente. Parece que não consegue reagir de outra forma,
um eterno descontente. Quem consegue ter de si um
conceito objetivo, reconhecendo-se em seus aspectos positivos e negativos,
tendo também para com os outros e para com o mundo essa mesma forma de ver e de
julgar, não deixa de torcer o nariz eventualmente, mas o faz sem contaminações
de juízos tendenciosos e preconceituosos. É livre para gostar ou não gostar. É
livre para ter esperança em si mesmo e nos outros e, consequentemente, na vida
em suas partes e em seu todo.
E, só para lançar um desafio à
imaginação, aqui vai uma pergunta, que acabou de surgir em minha mente: Quantos
sentidos poderiam ser atribuídos aos beijos, com os narizes, praticados pelos
povos esquimós?!
Por José Morelli
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