sábado, 14 de outubro de 2023

Paralelismos entre natureza e tempo

                                       Desde o instante em que fomos gerados no seio materno,

passamos a conviver com a natureza maior que a nós era pré-existente.

Fomos contemplados como pedras do bingo, que completa uma cinqüina.

O tempo se desenrola como um novelo e nos introduz na sucessão de dias e de noites,

Constituindo-nos como passado e presente.

A temporalidade nos estimula e assusta ao mesmo tempo.

Natureza é palavra de gênero feminino.

Tempo á palavra de gênero masculino.

Para transformar-se e gerar novas formas de vida, a natureza precisa do concurso do tempo.

 

Pela maternidade, a mulher experimenta-se como mãe e como filha, (mais uma vez).

Percebe-se investida com um poder que antes só via em sua mãe.

A natureza é mãe permanentemente.

Tempo é sempre fugaz e passageiro, escapando-se pelos vãos dos dedos.

Uma flecha lançada ao ar que ninguém consegue detê-la em seu curso.

O tempo é pai, movimento, energia.

Sem ele, a natureza permanece inerte, não tendo como se modificar

 Natureza e tempo caminham para o imprevisível.

Compartilham entre si ansiedades e angústias.

Homem e mulher compartilham a sabedoria da transitoriedade, da temporalidade, da finitude e da infinitude.

Aprende a usufruir da vida enquanto ela acontece

A vida vai e se esvai inexoravelmente.

A consciência humana busca sentido para tudo com que a vida se defronta.

Conforta-se com a sensação de permanência e de descanso,

Um lago tranqüilo margeado por relva verdejante.

 

Homem e mulher – pai e mãe – natureza e tempo.

Poder e submissão

(poder submisso e submissão poderosa: alternâncias de ilusões)

 Natureza e tempo na sucessão: filhos e filhas

A arte de transmitir e de fomentar a vida.

Pai e mãe unidos pelos mesmos objetivos.

O cultivo da sensibilidade para consigo e para com o outro.

A superação do egoísmo.

O legado de cada dois... a posteridade.

A semente remanescente do fruto...

Semente natureza, que se transforma e dá origem a novas vidas.

O jogo do poder nas identificações e nas diferenciações. 

Postado por José Morelli

 

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