Se, num lugar em que chega pouca água, devido à altura em que este este se encontra, os moradores têm que fazer reserva durante a noite, quando o consumo da cidade é menor, é recomendável que as casas disponham de duas caixas d’água no lugar de uma. Normalmente, a água vinda da rua entra através de uma das caixas. Para passar à outra caixa é colocado um cano interligando as caixas, na altura de sua base, com um pequeno declive da primeira para a segunda.
Na medida em que a água vai
entrando na caixa principal, esta vai passando à caixa sobressalente. Na
física, este experimento pode ser chamado de “vasos comunicantes”. A diferença
na quantidade de água de cada caixa depende do diâmetro de cada uma. A que
tiver maior diâmetro conterá maior quantidade de água. O nível das duas
permanecerá sempre o mesmo.
A comparação que este exemplo
permite é simples, sem dúvida, mas serve para mostrar um fator que não acontece
apenas com os vasos comunicantes, sejam eles compostos por dois ou mais
compartimentos, à semelhanças das caixas d’água acima citadas. Uma interligação
também acontece com as pessoas em suas interações. Quanto maior a profundidade
dos afetos existentes, maior será a fluidez com que as emoções mútuas são
compartilhadas.
A própria condição de “gente”,
comum às pessoas, pode ser comparada ao cano que ligas as caixas d’água compartimentadas.
Não é sempre que se percebe a passagem
das influências (boas ou más) que todos recebem do ambiente, dos acontecimentos
e das outras pessoas. Inconscientemente, muitas dessas influências vão entrando
e se acumulando. As tensões do momento são captadas e o estresse ou desgaste
pode ter, nesse fato, um de seus agravantes.
No campo da espiritualidade, algo
parecido com esse fenômeno pode ser reconhecido na chamada doutrina da “comunhão
dos santos”. A graça nunca seria individual apenas mas compartilhada com o
coletivo.
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