No contexto geral do livro, a
simbologia é fruto da imaginação, resultante de um processo de aprendizagem em
que os humanos foram se equipando de meios para codificar e decodificar
objetos, associando-os entre si. A grandiosidade do céu azul mereceu da parte
de alguns povos antigos um sentido de grande admiração, a ponto de o
considerarem um deus, ao qual lhe destinaram um culto especial.
Segundo o autor, a luz celeste é
incolor ou pouco colorida. Frequentemente, na prática do sonho acordado o
horizonte torna-se vaporoso e brilhante. A cor desaparece à medida em que a
pessoa se eleva em sonho e faz-lhe dizer: “sinto,
então, uma grande impressão de pureza”. Esta pureza é a do céu azul,
privado e cambiante das cores, é “fenomenalidade
sem fenômeno, espécie de nirvana visual que os poetas assimilam ao éter, no ar
puríssimo...”
“A psicologia contemporânea confirma de resto, esse caráter privilegiado
do azul-celeste, do azul pálido”. Num dos mais importantes testes
psicológicos, “esse azul é entendido como
a cor que provoca menos choques emocionais, contrariamente ao preto e, mesmo,
ao encarnado e ao amarelo”.
Como mostram os pesquisadores
Goldstein e Rosenthal, as cores frias, entre as quais o azul, agem no sentido
de um “afastamento da excitação;” o
azul reúne, portanto, as condições ótimas para o repouso e sobretudo, para o
recolhimento.
No Brasil, nos dias de carnaval e início da quaresma a partir da quarta-feira de cinzas, o céu se recobre de nuvens brancas, algumas vezes, até mesmo de nuvens negras, anunciando fortes tempestades. Porém, com a aproximação do início do outono, as temperaturas vão se tornando mais moderadas, a luz do sol vai ganhando mais luminosidade e o céu se apresentando com seu azul mais intenso. A associação desses dois fatores permite maior recolhimento e tranquilidade, justamente, características apropriadas à cor azul celeste, objeto desta nossa partilha.
Postado por José Morelli
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