segunda-feira, 2 de abril de 2018

Fase de latência

Na chamada fase de latência, os meninos dão preferência em estar e brincar com meninos e as meninas se agrupam, brincando e curtindo aquilo que mais lhes agrada. Latente é o mesmo que escondido. A sexualidade parece adormecida. De maneira semelhante ao que acontece com as árvores, no outono, tempo em que não crescem nos galhos, nem produzem novas folhas nem frutos, mas crescem embaixo da terra, em suas raízes, a fase de latência é rica no crescimento da estrutura básica do comportamento do menino e da menina.

Desde o momento em que se percebem diferentes no corpo, incentivados também por certos condicionamentos dos adultos, meninos e meninas vão se agrupando, formando seus “clubinhos” exclusivos de amizade e brincadeiras. Ao brincarem, aprendem uns com os outros, servindo-se mutuamente como espelhos.

Com esta convivência, iniciam um esforço concentrado de crescimento e amadurecimento. Assimilando maneiras de ser e de agir, constroem a própria personalidade, incorporando hábitos, valores e posturas adequadas aos comportamentos de suas respectivas identificações sexuais.

Na medida em que vão se sentindo firmes na própria maneira de ser, percebendo que já conseguem reproduzir, de maneira mais segura, o padrão de comportamento do próprio sexo, as crianças vão se aproximando do sexo oposto, jogando a própria imagem e medindo o efeito causado. A receptividade ou não se transforma num jogo de tentativas de erros e acertos. Os acertos reforçam os comportamentos mais adequados, enquanto que a má receptividade aos erros desestimula os comportamentos menos convenientes.

Em famílias em que o menino ou a menina é apenas cercado de outras crianças e adultos do sexo oposto, a convivência oferece poucos elementos do modelo de comportamento consonante ao próprio sexo. Para essas crianças, principalmente, é importante que tenham outras convivências, mais intensas, fora de casa, com crianças do próprio sexo e, com elas, formem seus “clubinhos” e, dessa forma, possam compensar a falta que têm dentro de casa.

Postado por José Morelli


Nenhum comentário:

Postar um comentário