Eis um tripé sobre o qual deve se apoiar a vida afetiva das
pessoas. A falta de qualquer um desses apoios desiquilibra a vida, impedindo-a
de manter-se em segurança. Para que o ser humano possa crescer com harmonia
junto a seus pares, precisa desenvolver, em si mesmo, as capacidades de dar
amor aos outros (amar), de devotar amor para consigo (amar-se) e de ter o amor
de outros para si (ser amado/a). A interdependência
entre esses amores exige que, para poderem crescer e se desenvolver, eles se
ajudem mutuamente, contribuindo uns com os outros.
Uma banqueta de três pés, só pode manter-se firme se tiver
seus pés com tamanhos iguais. De maneira semelhante: dar, dar-se e receber amor
são necessidades que devem ser satisfeitas a partir de um mínimo de equilíbrio.
O empenho, para concretizar esse objetivo de vida, cabe principalmente à pessoa
adulta. Na medida em que esta se dá conta da capacidade que tem, para assumir e
governar a própria vida tornar-se mais responsável perante si mesma e perante
aos outros.
Saber administrar o amor, em suas várias direções é de
importância capital para as pessoas em suas individualidades e em suas
dimensões sociais. A sociedade também se beneficia do equilíbrio
afetivo/emocional de cada um de seus membros. Através de princípios éticos, o
amor é proposto a todos. Negligenciar os princípios que norteiam o amor causa
prejuízos à saúde física e psicológica das pessoas e dos grupos sociais.
O amor se desdobra de múltiplas formas e em várias direções,
seja através de atos que exijam renúncia e abnegação seja através de atos que
proporcionem puras satisfações. O saber receber a atenção de outro, por si só,
já é uma forma de amar. Para exercitar-se no amor é preciso empenhar a própria
inteligência e vontade, bem como os demais dotes do corpo e do espírito. Amar é
colocar o melhor das próprias capacidades a serviço da pessoa amada. O
exercício desse amor ajuda na superação de preconceitos e contribui para o
aprimoramento da vida.
Em nome do “amor”, a humanidade já praticou atrocidades. A
lição que ficou da história deveria servir de alerta para que tais injustiças
não viessem a se repetir. Infelizmente, parece que o equilíbrio entre as formas
de amar ainda está longe de ser alcançado entre as pessoas e os diversos
segmentos sociais, mantendo o mundo em constante risco de se autodestruir.
Frente a tamanho risco, não há a cada indivíduo outro caminho senão o de que,
com afinco, buscar o equilíbrio em amar, amar-se e ser amado (a).
Postado por José Morelli
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