sábado, 3 de março de 2018

Amar, amar-se e ser amado (a)

Eis um tripé sobre o qual deve se apoiar a vida afetiva das pessoas. A falta de qualquer um desses apoios desiquilibra a vida, impedindo-a de manter-se em segurança. Para que o ser humano possa crescer com harmonia junto a seus pares, precisa desenvolver, em si mesmo, as capacidades de dar amor aos outros (amar), de devotar amor para consigo (amar-se) e de ter o amor de outros para si (ser amado/a).   A interdependência entre esses amores exige que, para poderem crescer e se desenvolver, eles se ajudem mutuamente, contribuindo uns com os outros.

Uma banqueta de três pés, só pode manter-se firme se tiver seus pés com tamanhos iguais. De maneira semelhante: dar, dar-se e receber amor são necessidades que devem ser satisfeitas a partir de um mínimo de equilíbrio. O empenho, para concretizar esse objetivo de vida, cabe principalmente à pessoa adulta. Na medida em que esta se dá conta da capacidade que tem, para assumir e governar a própria vida tornar-se mais responsável perante si mesma e perante aos outros.

Saber administrar o amor, em suas várias direções é de importância capital para as pessoas em suas individualidades e em suas dimensões sociais. A sociedade também se beneficia do equilíbrio afetivo/emocional de cada um de seus membros. Através de princípios éticos, o amor é proposto a todos. Negligenciar os princípios que norteiam o amor causa prejuízos à saúde física e psicológica das pessoas e dos grupos sociais.

O amor se desdobra de múltiplas formas e em várias direções, seja através de atos que exijam renúncia e abnegação seja através de atos que proporcionem puras satisfações. O saber receber a atenção de outro, por si só, já é uma forma de amar. Para exercitar-se no amor é preciso empenhar a própria inteligência e vontade, bem como os demais dotes do corpo e do espírito. Amar é colocar o melhor das próprias capacidades a serviço da pessoa amada. O exercício desse amor ajuda na superação de preconceitos e contribui para o aprimoramento da vida.

Em nome do “amor”, a humanidade já praticou atrocidades. A lição que ficou da história deveria servir de alerta para que tais injustiças não viessem a se repetir. Infelizmente, parece que o equilíbrio entre as formas de amar ainda está longe de ser alcançado entre as pessoas e os diversos segmentos sociais, mantendo o mundo em constante risco de se autodestruir. Frente a tamanho risco, não há a cada indivíduo outro caminho senão o de que, com afinco, buscar o equilíbrio em amar, amar-se e ser amado (a). 

Postado por José Morelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário