quinta-feira, 10 de maio de 2012

Senso estético

Todos temos um senso estético, isto é: um gosto, uma identificação com formas, sons, sabores, cheiros, sensações táteis, raciocínios, combinações simbólicas, juízos de valores, percepções e sensações parciais e globais, intuições, “feelings”. No dia-a-dia, fazemos uso desse nosso senso ao elegermos aquilo que nos parece ser “melhor” em cada momento, diante das necessidades que nos são impostas. Direta ou indiretamente, nossas escolhas pessoais, umas mais outras menos, influenciam a vida que vivemos, bem como a de outros que, juntamente conosco, formam a sociedade da qual somos parte. Cada decisão humana é fruto de uma consciência pessoal. O exercício da democracia supõe o respeito ao direito do cidadão. As trocas de informações são necessárias para que possamos formar nosso juízo a respeito de partidos, alianças, candidatos e propostas. Do lugar em que nos encontramos, construímos a visão da realidade que nos cerca. Juntando a visão pessoal com as informações vindas de outros, damos à nossa consciência os elementos de que necessita para tomarmos nossas decisões com a base de segurança que nos é possível. Tudo tem sua estética própria. Tudo se desenha e adota formas que devem ser decifradas pelas consciências de cada um. O momento histórico da escolha de novos governantes revoluciona o sistema e o expõe em seus avanços e em seus retrocessos. A leitura individual dos fatos leva-nos às conclusões que o momento nos permite chegar. O voto é pessoal e secreto. Um ato de fé em nós mesmos e no gesto do conjunto que forma a coletividade. Não contamos com nenhuma bola de cristal, que nos garanta certezas quanto ao que decidimos escolher. A vida em nosso planeta está sempre sujeita a mil imprevistos. O processo democrático, constantemente adaptado às necessidades impostas pelas circunstâncias presentes, este sim é o melhor caminho para o amadurecimento político de governantes e governados. A cada nova eleição, temos a chance de aprender um pouco mais. Somos desafiados a desenvolver nossa capacidade de ver e de entender o que se passa na frente e por detrás dos bastidores. Percebemos as deficiências do sistema eleitoral e a necessidade de seu aperfeiçoamento. No entanto, mesmo que endurecidos por conta das desilusões, não devemos nunca perder nosso senso estético, com o qual conseguimos manter-nos animados de esperança.

Por José Morelli

Um comentário:

  1. Sobre as primeiras oito linhas ... achei muito legal ... pois tive a ideia exata do que é " senso estético " ... valeu ... obrigado !

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