A um pensamento pode se associar um sentimento, ligando-se um ao outro como causa e efeito. De igual maneira, a uma sensação física pode se associar um pensamento que, por sua vez, pode promover um sentimento novo qualquer, de alegria ou de tristeza. Vivemos associando. Não é à toa que nosso corpo é considerado um organismo. Nele, tudo funciona concatenado em todas as direções, de um lado para o outro, nas diagonais, de cima para baixo ou no sentido contrário a este. Enquanto a vida junta e associa, a morte separa e dissocia. Muito antes de os nossos predecessores humanos construírem máquinas e aparelhos, que hoje nos parecem tão sofisticados em suas associações causais, já as suas mentes e corpos funcionavam mediante o princípio de associações constantes de pensamentos e de idéias, de sensações e de sentimentos, de partes do corpo associando-se umas com outras e de cada uma e de todas com o conjunto do todo e vice-versa. Num trabalho assim, cada órgão de nosso corpo realiza uma função específica, o mesmo acontecendo com o nosso ser inteiro, enquanto busca a consecução de seus objetivos.
Somos dinâmicos. Desenvolvemo-nos
em muitas direções. Nem sabemos, precisamente, onde podemos chegar naquilo que
nos propomos levar a termo. Nossas capacidades são múltiplas. Delas podemos
escolher desenvolver mais a umas que a outras. Associamo-nos para competir
individualmente ou em equipe. Competição é emulação, estímulo. Servimo-nos uns
aos outros no esforço de superar-nos em nossos limites. Afastando-nos ou
aproximando-nos podemos nos manter associados. Objetivos comuns nos servem como
pontos de ligação, possibilitando-nos a utilização do melhor de nós mesmos,
para alcançarmos aquilo que buscamos.
Estamos ainda sob o efeito das
emoções da conquista do pentacampeonato, pela equipe brasileira de futebol, no
último fim de semana. Das boas qualidades que os jogadores revelaram, o
espírito de equipe parece ter sido fundamental para que eles conseguissem se
sobressair aos outros, vencendo-os em todos os jogos que realizaram. O exemplo
deles vem ao encontro de nossos anseios. Precisamos muito desse mesmo espírito
de equipe. Nós e o Brasil precisamos muito dessa união, dessa associação, desse
esforço comum, desse interesse, dessa harmonia, entre todos, dentro e fora do
campo, não só de quatro em quatro anos, mas sempre, em todos os anos, meses,
dias: em suas 24 horas... ininterruptamente.
Nota: esta matéria foi escrita e publicada no jornal do bairro “Gazeta Penhense”, em 2002, na semana seguinte à conquista do Pentacampeonato de futebol pelo Brasil.
Postado por José Morelli
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