Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. O importante é não confundirmos os conceitos pelo que eles representam a fim de não perdermos, totalmente, os rumos a seguir na vida. Classicamente, sete são os considerados pecados capitais: orgulho ou soberba; avareza; inveja; ira; luxúria ou impureza; gula; preguiça. Em oposição a esses pecados, são consideradas virtudes: humildade; generosidade; caridade; mansidão; castidade; temperança; diligência.
As palavras sempre nos serviram
como instrumentais dos nossos pensamentos e juízos. O simples fato de
associarmos um sentido qualquer a esta ou àquela palavra, considerando-a
virtude ou pecado, isso faz com que ao ouvi-la, lê-la, pensa-la ou fala-la,
instantaneamente, se desencadeiem em nós sentimentos condizentes com os
sentidos que à mesma atribuímos.
As crianças são, naturalmente,
mais puras e inocentes em seus pensamentos do que os adultos. A formação de uma
criança exige que as ideias, a elas transmitidas, tenham a devida clareza
quanto ao que significam. A vantagem disso é que elas, a partir de seus
entendimentos, possam se orientar e se construir na direção do que lhes possa
garantir a própria sobrevivência tanto material como afetiva/espiritual.
Ao orgulho se antepõe a
humildade. A frase: “Tenho o maior orgulho de minha humildade” pode até ser
entendida como uma contradição em seus termos. No entanto, podemos perguntar: quando
um termina e começa ou outro? De um orgulho pode nascer uma humildade ou de uma
humildade pode se originar um orgulho? Onde se escondem os perigos ao
comportamento ético que desejamos construir em nossa vida pessoal, familiar e político/social?
Quanto às demais virtudes e
pecados, em suas devidas correlações, são possíveis que escondam riscos de que
sub-repticiamente nos enganem? – Uma generosidade pode se transformar em
avareza?... Uma caridade pode se transformar em inveja?... Uma mansidão pode se
transformar em ira?... Uma castidade pode se transformar em luxúria ou presunção
de superioridade?... Uma temperança pode se transformar em gula?... Uma
diligência (cuidado excessivo de limpar tudo nos mínimos detalhes) pode se
transformar em preguiça incontida (depressão)?... É preciso que nos mantenhamos
vigilantes para não cairmos em nossas próprias armadilhas.
Postado por José Morelli
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