quinta-feira, 7 de maio de 2020

Criar expectativa

Quando um jogador de futebol costuma marcar muitos gols, cria expectativa na torcida. Todos passam a esperar mais dele, que continue marcando gols e dando vitórias a seu time. Se, por acaso, sua produção decai, deixando de produzir para a equipe, todos (ele próprio e a torcida) se decepcionam. Vêm críticas e mais críticas. Cobranças se transformam em ameaças. Se não voltar a render, é substituído por outro, perdendo seu lugar no time.

Políticos, ao fazerem promessas ao povo, em suas campanhas, também criam expectativa. Pelo que dizem, deveriam assumir responsabilidade perante si mesmos e perante seus eleitores. Se alguns deles, tendo sido eleitos, não cumprirem o que prometeram, decepcionarão os eleitores que neles confiaram e os apoiaram com seus votos. Por terem frustrado a expectativa daqueles que nele acreditaram, o mínimo que mereceriam é que nunca mais recebessem apoio, pelo menos daqueles a quem enganaram uma vez.

Por palavras e atitudes, pais e filhos, maridos e mulheres, namorados e namoradas, amigos e amigas criam expectativas uns nos outros. Ambas as partes se acostumam a esperar e se sentem enganadas caso não vejam suas expectativas correspondidas.

Se uma pessoa, ao iniciar um relacionamento, querendo passar uma imagem muito positiva de si, mostra mais do que é capaz, falando e realizando coisas além de suas condições normais, mais cedo ou mais tarde, sua verdade virá à tona, causando frustração e revolta. Um relacionamento maduro é, também, verdadeiro. Com o passar do tempo as pessoas se revelam como realmente são.

As estórias infantis de príncipes e princesas alimentam a imaginação das crianças e mesmo de adultos. Esses sonhos podem estimular muito numa fase da vida, dando-lhe mais entusiasmo. Porém, logo a realidade se sobrepõe ao sonho e muitas das expectativas, ligadas a esse sonho, precisam ser substituídas por outras mais próximas do real, do chão em que se pisa.

Por tudo, paga-se um preço. Cada um é responsável pela imagem que passa de si mesmo aos outros. O amor generoso e bem ordenado é positivo. O medo nem sempre é bom conselheiro. Sabendo-se tirar lições dos acontecimentos do dia-a-dia, as pessoas podem se aprimorar na arte do bem-viver e do bem-conviver.  

Postado por José Morelli 

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