domingo, 23 de fevereiro de 2020

O leão e o ratinho

Tendo como personagens principais o leão e o ratinho, podemos imaginar muitas histórias. Se o fizermos, não seremos os primeiros a fazê-lo, sem dúvida. Por suas características marcantes, o leão e o ratinho já foram protagonistas de inúmeras histórias. Comparados entre si, suas diferenças saltam aos olhos: o leão, grande e forte; o ratinho, pequeno e fraco.

Essas diferenças, longe de impedirem o desenvolvimento das histórias, podem torná-las ainda mais interessantes e emocionantes. Não é tão difícil descobrir algumas vantagens que o ratinho leva, utilizando-se justamente de seu pequeno tamanho e menor força. Por ser assim, ele é mais ágil e capaz de entrar em buracos que lhe possam servir como abrigo e que são impossíveis de o leão passar e, menos ainda, entrar para capturá-lo.

Nossa história poderá ter desfecho rápido. Poderemos, no entanto, enriquecê-la com o desenrolar de ações surpreendentes. Além de ater-nos somente àquelas características mais próprias dos irracionais, podemos emprestar-lhes nossa racionalidade e emotividade. Os bichos passam a pensar e a arquitetar planos, a sentir medos e raivas. Projetamos neles atributos humanos. Assim eles passam a representar-nos e servir-nos como termos de comparação. Através destas histórias, conseguimos traduzir momentos nossos, vivências nossas.

Se não estivermos dispostos a imaginar história alguma, poderemos, pelo menos, observar nossa própria história de vida e aquelas que acontecem com as outras pessoas, à nossa volta. Veremos como essas histórias de leão e de ratinho se reproduzem não só no mundo irracional, mas também entre os seres inteligentes, grandes e pequenos, fortes e fracos, saudáveis e doentes, ricos e pobres. Essas mesmas histórias podem nos permitir que nos vejamos e nos entendamos melhor. Permite-nos, também, entender a dinâmica dos relacionamentos entre grupos sociais e entre nações, sejam elas grandes ou pequenas, pobres ou ricas, desenvolvidas ou subdesenvolvidas. Cada uma delas por suas possibilidades de explorar as características que lhe são próprias, utilizando-as sabiamente para defesa e preservação da vida, que é o bem mais precioso que cada uma possui.  

Postado por José Morelli

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