Em tempos passados, a divisão
entre bem e mal parecia ser levada mais a sério. Deus e o demônio eram vistos e
reconhecidos neles mesmos. Nem por brincadeira se mencionava os seus nomes e
menos ainda se fazia deles reproduções em desenhos irreverentes. Só se aceitava
que a eles se referissem quando alguma razão forte o justificasse. Hoje, o bem
e o mal parecem terem sido banalizados pela maioria das pessoas. Já não se respeita
nem um nem outro. Muitos se permitem brincar com eles livremente, sem medo de
castigos.
A sociedade se deseja ver e se
entender leiga, desvinculada de crenças religiosas. Vê-se entregue às forças
naturais apenas. Vê-se e entende-se realista, objetiva, científica. Os bons
princípios da razão prática não conseguem motivar as escolhas do bem em
detrimento do mal. A sociedade paga um preço altíssimo por conta disso.
A evolução do pensamento se dá em espiral. Na medida em
que se avança na conquista de novos conhecimentos, diminuem-se as distâncias
entre os extremos. O Bem e o mal vão sendo desmistificados. O entendimento de
que o bem pode ser vivido e, necessariamente, não precisa ser visto como risco
de ser mal entendido, desvirtuando a imagem de quem o pratica, confundindo-o
como indivíduo ingênuo, fraco ou bobo. É importante que indivíduos e sociedade
evoluam no sentido desse entendimento.
Apresentar-se como “bad boy” não
passa de uma maneira de se esconder, de se defender atrás de uma máscara. Por
meio desta, o indivíduo julga-se protegido. No entanto, trata-se de uma
proteção que fatalmente implica em perdas irreparáveis. O investimento no mal
cria círculos viciosos destrutivos, enquanto que o investimento no bem é capaz
de criar círculos construtivos, nos quais o bem se desdobra, revertendo-se em
bens maiores e mais consistentes.
Postado por José Morelli
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