quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Ariano Suassuna

Um dos nomes mais importantes da literatura brasileira da atualidade ainda é o do romancista, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna, falecido no ano de 2014 aos 87 anos de idade. Nascido em João Pessoa, na Paraíba, residiu a maior parte de sua vida em Recife, Pernambuco. Dentre suas obras, merece destaque o “Auto da Compadecida”, escrita em 1955, traduzida e representada em nove idiomas, além de também ter sido adaptada para o cinema, obtendo grande sucesso.

Ariano Suassuna se dedicou em pesquisar a cultura popular brasileira. Suas constatações quanto ao assunto merecem ser acatadas com credibilidade, uma vez que se fundamentam em considerações pertinentes e objetivas.  O jeito simples de se vestir e de se posturar, aliado à sua espontaneidade, são uma demonstração de como Ariano Suassuna encarna a importância que atribui às populações das zonas rurais mais pobres e humildes. Entende que, ao contrário destas terem obstruídos os próprios pensamentos, são capazes de torná-los ainda mais límpidos e reluzentes.

O juízo que Ariano Suassuna adota relativamente à origem do teatro no Brasil é de que este já existia mesmo antes da presença e da influência dos jesuítas; uma vez que os indígenas, subdivididos em nações e tribos, tinham em comum expressões de natureza poética e teatral muito fortes: na dança, na música, nas máscaras que usavam, nas plumagens e pinturas com que adornavam os próprios  corpos.

O ensino oficial das escolas costuma reconhecer como evoluídas e dignas de valorização apenas culturas originadas na Europa, no Oriente Médio e na Ásia, deixando de valorizar culturas das Américas, bem como aquelas advindas da África ou da Oceania, consideradas rudimentares e pré-históricas

As manifestações culturais são como elos de uma corrente. O presente e o passado obedecem a uma razão de continuidade. A falta de qualquer elo dessa cadeia impede a melhor compreensão do desenvolvimento cultural considerado em seu todo.

Postado por José Morelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário