Nestes dias, dentre as
diversas modalidades esportivas que fazem parte das Olimpíadas Rio 2016, iremos
assistir à corrida por revezamento. Sejam na forma 4X100 ou 4X400, no masculino
ou no feminino, os atletas que formam as equipes de cada país correrão as suas
respectivas parcelas do total do percurso, devendo passar o bastão à mão de um
para o outro, a fim de que este possa ser levado e ultrapassar a linha de
chegada.
Trata-se de uma modalidade
esportiva de grande poder simbólico. De forma muito clara, a corrida por
revezamento pode significar a vida humana em sua ampla realidade: a velocidade com
que a vida acontece, principalmente nos dias atuais; a absoluta necessidade da
cooperação mútua para que possamos levar adiante os pequenos e grandes projetos
de futuro, tanto os pessoais como os da coletividade (equipe) da qual fazemos
parte. O bastão, no instante em que ele é passado, pode simbolizar o legado, a
herança a ser transmitida. Estas são algumas das correlações simbólicas que
podemos depreender da corrida por revezamento.
A comparação vale para
representar a transmissão do legado que, nas famílias, pais passam para seus
filhos. Pode também representar a transmissão do legado que uma geração inteira
passa para a que a segue. É assim a regra do jogo e é fundamental que assim
seja cumprida.
Imagina se um dos atletas, no
lugar de passar o bastão para o companheiro da própria equipe, o passe para o
de outra equipe competidora?!... Este não só levará consigo o bastão da sua equipe
como o da equipe que teve o azar de trazer, em seu quadro de componentes, a
figura de um elemento que preferiu ou escolheu jogar contra e não a favor da
própria equipe: um traidor em síntese.
Qual seria a memória histórica de
um personagem como esse?... Ele deveria ser, por esse mesmo fato, expulso da
própria equipe olímpica e, certamente, nem poderia retornar ao seu país de
origem. Se no esporte é assim, não poderia ser diferente na vida em sua total
abrangência. O bom legado deve ser transmitido aos legítimos herdeiros e não
àqueles que não fazem parte da história compartilhada, construída com os
esforços de toda uma família, de uma comunidade ou de uma nação inteira.