Quando uma vaca morre de
parto ou antes do desmame do bezerro, o seu couro é colocado junto a este, para
que não se recuse a mamar, pela falta que sente da mãe. Em alguns lugares, este
couro da vaca é chamado de placebo. O dicionário do Silveira Bueno diz que
placebo é a “preparação desprovida de
efeito farmacológico, que se dá em lugar do medicamento, para estudo da ação
terapêutica psicológica ou real deste por dissociação”.
Nestes últimos dias, com
o problema da falsificação de remédios, a televisão trouxe justificativas de um
laboratório, que falava de remédios “falsos” (placebo), roubados ou desviados,
que haviam sido fabricados para testes. Ouvi dizer, também, que algumas pessoas
que tomaram “Viagra-placebo”, (feito para teste), obtiveram bom resultado.
Nestes casos, a ação terapêutica ocorreu por razões psicológicas e essas
pessoas não precisariam do remédio para conseguirem ereção.
O Brasil é considerado o
país que mais consome remédios no mundo. Talvez, por isso, é que, aqui, o crime
de falsificação de medicamentos seja um “prato-cheio”, para
tantos inescrupulosos. Quando o médico deixa de prescrever algum remédio para
seu paciente, é comum que esse paciente estranhe e sinta falta de não levar,
pela consulta, nenhuma receita para casa. Há pessoas que são viciadas em
remédios. E neste, como em outros casos, qualquer exagero, por excesso ou por
falta, pode ser prejudicial às pessoas.
A recomendação de não se
tomar remédios por conta própria, mas somente com a indicação do médico é muito
válida, principalmente, num contexto como o nosso. Todos sabem, porém, que nem
sempre é possível consultar o médico. Por isso, vale chamar a atenção das
pessoas, para que sejam criteriosas ao se medicarem, não se esquecendo de que o
organismo possui mecanismos próprios de superar a dor e de se ajustar, frente a
algumas disfunções leves. Nestes casos, é bom dar uma chance ao corpo para que
ele se reorganize e se recomponha por si, sem a interferência de medicamentos.
O psicólogo não receita
remédios em suas consultas. A natureza do trabalho do psicólogo clínico exige
que ele se volte para as pessoas, valorizando todas as potencialidades da vida
destas, as ordens e as desordens que ajudam e que atrapalham, na administração
do próprio existir, num mundo assim tão complexo como é este nosso.
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