Antes mesmo de nascer, nos nove
meses em que o bebê se desenvolve no útero de sua mãe, ele já sofre
influências, que o marcarão em sua constituição física e funcional. O afeto dos
pais para com a criança se manifesta em suas atitudes de aceitação, de
segurança, através de pequenos e grandes gestos. Abster-se, nessa fase, do
cigarro e da bebida, sem falar das drogas, comprovadamente prejudiciais ao
desenvolvimento do feto, é uma forma de acolhimento afetuoso ao novo ser ainda
em formação.
As experiências afetivas,
vivenciadas nos cinco primeiros anos de vida da criança, marcam-na
profundamente, condicionando-a em seu modo de ser e em seus procedimentos
presentes e futuros. A carência de afeto, representada na falta de atenção, no
não atendimento às necessidades indispensáveis como de alimento, sono, higiene
(sem exageros), ambiente tranquilo e organizado, não deixam de marcar
negativamente a personalidade, dificultando-lhe nas horas de dar o próprio
afeto ou de recebê-lo de outros.
A passagem do mundo doméstico
para o da sociedade se impõe ao jovem. A base de confiança em si mesmo que
tiver adquirido em suas primeiras vivências, lhe servirão como referências
quando tiver que se relacionar na amizade, no namoro, na escola, no trabalho,
como cidadão ou cidadã com direitos e obrigações a cumprir. Se, no grupo
familiar, a educação transmitida tiver sido excessivamente exigente, não
admitindo erro, essa distância entre atitudes acertadas e erradas, dificultarão
o aprendizado, que é conseguido não só através dos acertos, mas dos erros
também.
As diferenças são a razão de ser
da união no casamento. No entanto, quando o sentido de competição passa a
dominar no relacionamento conjugal, a percepção do afeto fica comprometida.
Insegurança, complexo de inferioridade passam a alimentar essa competição. Os
filhos captam-na, de forma intuitiva e podem até fazer uso dela em proveito pessoal,
mediante utilização de chantagens com os próprios pais.
Pessoas sadias e bem equilibradas
conseguem catalisar afeto. Curtem
recebê-lo e dá-lo também. Retribuem de forma adequada e agradável, permitindo
que uma energia positiva flua em seus relacionamentos, independentemente da
idade que tenham ou da condição de vida em que se encontrem.
Postado por José Morelli