Os bens materiais podem ser avaliados
de forma quantitativa e/ou qualitativa. Se um bem material for de estimação, o
seu valor merecerá, da parte de quem o possui, uma valoração maior, podendo
chegar ao ponto de não ter preço que o pague, como se costuma dizer. Já os bens
imateriais não podem ser avaliados de forma tão precisa. Atribuir valor é algo
muito pessoal. Cada indivíduo vê a si mesmo, as outras pessoas e o mundo que o
cerca, à sua maneira. A partir dessa visão, constrói uma hierarquia de valores.
É a própria consciência de cada um, que estabelece a posição de cada valor, hierarquizando-os
em forma de pirâmide.
Mesmo sendo mais precisos, os bens
materiais oscilam em seus valores. As bolsas de valores mostram muito bem isso.
A cada instante, os valores das ações das empresas sofrem alta ou baixa,
dependendo de mil circunstâncias, que influem no desempenho das empresas. Se
assim acontece com os bens materiais, o mesmo pode também acontecer com os bens
imateriais. Algumas circunstâncias podem relativizar a importância dos valores,
comparados uns com os outros. Diante de determinadas situações, a necessidade
de falar pode perder sua posição para o silêncio, a coragem, para a necessidade
de um recuo estratégico.
Os indivíduos se identificam e são
identificados, pelos outros, pelo que valorizam. Valores positivos,
construtivos, ajudam as pessoas a se auto-estimarem e influenciam no tratamento
que se reservam a si mesmas. Os progressos, que o mundo moderno oferece, podem
se constituir, mais ainda, como valores, na medida em que estiverem voltados
para o bem de mais cidadãos. Democracia é um valor. Uma palavra fácil de ser
pronunciada, mas muito difícil de ser colocada em prática. Muitos são os
indicadores de que a violência urbana é consequência de um sistema democrático
falho, incapaz de dar, a um maior número de pessoas, acesso aos bens, fruto do
progresso humano.