Quanto
à esquerda e à direita, só é possível identificar o sentido dessas palavras
relacionando-as uma à outra em suas respectivas posições. A consciência e a
subconsciência dos indivíduos e da sociedade construíram seus entendimentos a
respeito do direito e do esquerdo, através de experiências vivenciadas no dia a
dia. Ao observarem-se a si mesmos quando se utilizavam dos instrumentos do
trabalho ou da escrita, perceberam que uma das mãos tinha mais facilidade de
manejá-los, enquanto a outra demonstrava mais dificuldade. À primeira foi
chamada de mão direita e a segunda de mão esquerda. Destros são aqueles que têm
mais facilidade de se utilizar da mão direita e sinistros são aqueles que têm
mais facilidade de se utilizar da mão esquerda. Essa mesma facilidade e essa
mesma dificuldade podem ser percebidas com relação ao funcionamento das pernas e dos pés.
É
curioso que, de acordo com os neurologistas, o lado direito do corpo humano é
comandado pelo lado esquerdo do cérebro, enquanto que o lado esquerdo do corpo é
comandado pelo lado oposto do cérebro. A facilidade de um é a dificuldade do
outro e vice-versa. Ambos têm funções associadas e complementares.
Nos
momentos de as pessoas fazerem uso de argumentos no sentido de defenderem seus
pontos de vista, estas se utilizam das palavras que possam melhor definir o que
pensam. Essas palavras se fecham e si mesmas. Uma única palavra pode dar a
sensação de que a discussão foi vencida e, logo o eu do vencedor se sobrepõe ao
daquele que se colocara na posição oposta.
Direita
& Esquerda dizem respeito a um todo. Só um todo pode ser dividido em partes.
O antagonismo entre as partes pode até ajudar no desenvolvimento de cada uma
delas. As palavras em si são inocentes (inócuas), não passando de ajuntamentos
de letras e de sílabas. São indiferentes quanto ao bem e ao mal que por meio
delas podem ser produzidos.
Indivíduos
e sociedade usam e abusam das palavras. Calam a boca uns dos outros. Importa,
no entanto, não se ater apenas às partes: direita, do centro ou da esquerda.
Bom mesmo é aprender a ter um olhar mais amplo que contemple o todo e suas
partes, extensivamente e em suas profundidades.
Postado por José Morelli