Para se apropriar de si mesmo/a,
de verdade, não basta apenas o conhecimento da própria realidade e do que
existe à volta. É preciso, também, certo grau de compreensão, de aceitação,
capaz de permitir discernimento dos caminhos a seguir e possibilidade de
escolhê-los com relativa autonomia ou liberdade.
A vida pessoal de cada ser humano
pode ser comparada a uma caixa-de-surpresas. Acontecimentos inesperados do dia
a dia suscitam respostas novas e originais. Nesse processo, podem acontecer
descobertas: ideias antigas vão sofrendo reformulações, dando origem a novas
ideias. A compreensão vai se ampliando, ganhando dimensões mais completas e
abrangentes.
O adulto que é dono de si e vive
de bem, em paz ainda que limitada consigo mesmo é, também, capaz de conviver
com o outro, dando-lhe autonomia para que viva sua vida livremente. Sabe
respeitar os direitos do outro, da mesma forma como se respeita em seus
próprios direitos. As diferenças de juízos, de julgamentos das muitas questões
da vida, fazem parte da realidade. Conviver com os diferentes e com as
diferenças é inevitável na vida de cada um, independendo das condições e do
lugar em que esteja.
Caminhos de idas e de voltas (de
si para os outros e dos outros para si) permitem renovadas sínteses. A vida é
feita de oportunidades. Em cada fase da vida, a possibilidade de aprendizados
específicos. De alguma forma, a mente guarda as experiências vivenciadas desde
os primeiros anos de vida. A maturidade é a fase, por excelência, de se poder
sentir que se tem o que tem, com mais clareza e serenidade. Da troca constante
com as novas gerações, o adulto maduro mantém-se atualizado em suas percepções.
Postado por José Morelli