A título de exemplo, lembro o
personagem Bira, da novela “Senhora do Destino”, exibida pela rede globo por,
pelo menos umas três vezes. Interpretado pelo ator Luiz Henrique Nogueira, que
se revela fascinado pela beleza feminina. A ele foi entregue a responsabilidade
de organizar o visual da Escola de Samba de “Vila da Pedra”, para que a mesma
pudesse “arrebentar” em sua apresentação na avenida. Faz uso de sua sensibilidade
refinada para o que é bonito a fim de poder encantar à plateia. Trata com o
maior carinho “Nalvinha”, personagem de Lindalva Ferreira Silva, interpretada
pela atriz Carolina Dieckmann. Chama-a em certos momentos de “meu bebê”.
Projeta-se em sua beleza. Trata-a como gostaria de ser tratado pelos outros,
com a mesma admiração com que a admira.
Quanto ao seu parceiro sexual,
não o trata da mesma forma. Submete-o com autoritarismo, carregando-o de um
lado para o outro como se fosse um cachorrinho. Dele apenas faz uso. A Nalva,
como costuma intimamente chama-la, é um espelho para ele. Nela, ele se
idolatra. A representação deste personagem faz lembram o mito de Narciso.
O todo pode ser visto na parte e
a parte pode ser vista no todo. Todo e parte formam um conjunto completo. As
distinções, porém, são sempre muito necessárias. “Quem não distingue, confunde e quem confunde erra”. A base do
próprio amor para consigo garante a autenticidade deste amor para com o
próximo. Razão e emoção precisam se equilibrar minimamente. Perde quem se deixe
guiar apenas pela razão e perde, também, quem se deixa guiar apenas pela emoção.
Mediato e imediato são dois
conceitos importantes. A mente é como um olho interno. Através da tomada de
consciência é que cada pessoa consegue dimensionar a própria existência em sua
total abrangência. A partir das próprias atenções internas e externas é que consegue
atingir o equilíbrio nas escolhas que faz, bem como a ordem com que estas se
processam.
Postado por José Morelli