Mesmo que a filosofia, em seu
sentido literal e próprio, seja um atributo reservado apenas à capacidade
intelectiva da mente humana; acredito que, em sentido simbólico, essa mesma
palavra possa, também, ser atribuída à fotografia. Quem lê um livro de filosofia apreende seu
conteúdo filosófico. Quem capta, com os olhos, uma imagem fotográfica, de forma
semelhante, tem condições de apreendê-la e de remetê-la ao cérebro em sua total
abrangência.
As duas palavras: filosofia e fotografia são de origem grega. A primeira pode ser traduzida por: amor à sabedoria e, a segunda, por: escrita ou imagem produzida pela luz. Desde
que uma imagem fotográfica não seja modificada por meio de artifícios que a
façam alterarem suas formas, ela transmitirá com maior ou menor fidelidade o
momento em que se deu sua tomada.
Ao fotografar, quem o faz
estabelece um diálogo imediato com a realidade fotografada. Da mesma forma, as
imagens retratadas dialogam com aqueles que as observam, dando-lhes a
possibilidade de conversarem intimamente com o todo fotografado e com cada uma
de suas partes, interpretando-as ao seu bel prazer. Os olhos captam as imagens
enquanto que a mente vai aprofundando seus infindos entendimentos.
A facilidade com que, hoje,
tantas e tantas pessoas podem retratar realidades através da fotografia, até mesmo
mediante a utilização de celulares, tem democratizado esse diálogo da fotografia
de maneira incomensurável. O mundo inteiro compartilha imagens fotográficas nas
redes sociais principalmente. É inimaginável o quanto esses compartilhamentos
podem contribuir dinamicamente para a construção de novos e novos entendimentos
da realidade, tanto em benefício das pessoas como da sociedade em seu conjunto.
Postado por José Morelli