Diante de tantas notícias de guerras, nossas cabeças ficam se perguntando, buscando explicações e tentando entender, um pouco melhor, sobre o que está acontecendo no mundo. Nas rodas de conversa, sempre vem o assunto sobre ela. Pouco a pouco, trocando informações, vamos construindo ideias e, na medida do possível, montando nosso “quebra-cabeças” de entendimentos sobre este e outros assuntos.
As guerras não são de hoje, como
todos sabemos. Diferenças, desigualdades, sempre estiveram presentes em todas
elas. Davi e o gigante Golias são um exemplo dessas desigualdades. Conta a
Bíblia que o pequeno Davi conseguiu vencer Golias, utilizando-se de uma funda
(uma espécie de estilingue da época). O escritor Maurice Druon, em seu livro:
“O Menino do Polegar Verde”, fala da guerra entre os “vou-lás” e os
“vai-timboras” – nomes sugestivos, que representam os contendores de quase
todas as guerras: invasores e invadidos (agressores e agredidos).
No livro, o autor fala das
desigualdades. Enquanto uns tinham muito e podiam gozar de todo o bem-estar;
outros viviam em lugares feios e insalubres. Com seu dedinho verde privilegiado,
o menino conseguiu transformar esses lugares, fazendo com que, neles, nascessem
flores, muitas e belas flores, transformando-os em aprazíveis e saudáveis jardins.
O final da história revela aspectos importantes, que ajudam a entender o que “rola”
por de trás desse tipo de acontecimento. Na verdade, as guerras têm seus
produtos e subprodutos. Sempre existem aqueles que esperam tirar proveito
delas. Para estes, importa menos que se percam vidas humanas, desde que possam
atingir seus objetivos.
Pelo menos teoricamente, nas
atuais guerras, as desigualdades entre os contendores são flagrantes. Por um
lado, armamentos de última geração teriam como condição preservar vidas de
civis, destruindo apenas aqueles alvos em que se encontram soldados inimigos e
armas; por outro lado, armamentos obsoletos e nada convencionais, que transformam
pessoas em bombas destruidoras. De nossa parte, somos espectadores desse imenso
teatro de tragédias. Se é por nós, para mover-nos e convencer-nos de alguma
forma, que eles estão dando todo esse espetáculo de poder e de força, que tal
se desligássemos a televisão e conversássemos um pouco mais sobre como fazer
para construir, sem que para isso precisemos, antes, destruir tanto!...
Postado por José Morelli